quinta-feira, dezembro 27, 2007

Venda de bilhetes da CP

Lisboa-Oriente: Os altifalantes anunciam que os lugares para o Intercidades estão esgotados.

Entro no IC. O lugar ao meu lado está ocupado até Vila Franca de Xira, o resto da viagem (até ao Porto) faço-a sem ninguém ao lado.


Esta situação fez-me pensar um pouco no processo de venda de bilhetes da CP. A questão parece-me pertinente, não deveria existir uma optimização da venda dos bilhetes? Para além das questões usuais como lugares de frente ou de costas, à janela ou no corredor, não deveria haver um outro critério de selecção?

Esta questão tem uma resposta simples, que é a que, efectivamente, o sistema de venda de bilhetes poderia ser optimizado. Um passo simples seria a introdução de uma nova cor no interface de venda de bilhetes. Por exemplo, a verde estariam os lugares livres, a vermelho os lugares ocupados e a laranja os lugares preferenciais. Em termos de optimização estes lugares laranja indicariam os lugares com viagem mais curta adequados à viagem pretendida.
A optimização poderia ser posteriormente mais aprofundada, podendo até calcular-se, a partir das possíveis vantagens da optimização, possíveis descontos nos bilhetes óptimos (especialmente na venda na internet).


António Aguiar da Costa

sexta-feira, novembro 30, 2007

Brisa certifica sistema de gestão da investigação, desenvolvimento e inovação

A Brisa certificou o sistema de gestão da investigação, desenvolvimento e inovação (IDI). Esta certificação garante que a concessionária de auto-estradas tenha uma "metodologia de inovação, orientada para a criação de novos negócios ou processos que potenciem a criação de valor para a empresa", revelou a Brisa.

ver notícia completa em Jornal de Negócios

A este respeito é importante realçar outras empresas que possuem já sistema de gestão da IDI. E esperar que, em termos práticos, estes sistemas signifiquem avanços sucessivos nesta àrea.




segunda-feira, novembro 12, 2007

Sistema de autocarros com rotas mais identificaveis




O autocarros são identificados por um número, suficiente para alertar qual a sua rota aos atentos passageiros que esperam na estação, no entanto, este número possui fragilidades quando está em causa a informação perante qualquer transeunte, ou até uma informação a distância mais considerável. A necessidade de informar qualquer transeunte pode, a meu ver, representar um alerta importante para as potencialidades do serviço.
O que está em causa é a capacidade, por parte do sistema de autocarros, de informar e de se aproximar das pessoas na sua globalidade. Imaginando que um autocarro, em vez de um número pouco perceptível e memorizável, apresenta uma pintura com uma combinação de cores específica, é fácil entender que a chamada de atenção será potencializada. Quando esta combinação de cores começasse a ser identificada por qualquer um de nós, em trajectos que normalmente fazemos, seriamos alertados para a possibilidade de existir um serviço que percorre o nosso percurso normal, situação que julgo que iria surpreender muita gente pois muitos de nós não teve a preocupação de saber se existe algum algum autocarro que faça o trajecto casa-trabalho, por exemplo, e não é através dos números de identificação que se vêem na rua que se faz essa associação.

Nenhum de nós se identificará perante outra pessoa através do seu número BI, e a forma de vestir e de falar é preponderante no efeito produzido sobre a outra pessoa porque dá uma ideia da forma de ser, de agir e até dos próprios interesses. É esta maior proximidade e facilidade de identificação que está em causa. A identificação dos autocarros deve ser mais simples, mais intuitiva e implicar a criação de um maior carisma perante todos. Qualquer transeunte deve, aos poucos, familiarizar-se com os autocarros que se movimentam nos trajectos que usualmente faz para que, de forma gradual e natural, comece a familizarizar-se com a rotas que lhe poderão ser úteis. Este conhecimento gradual é estimulado não pela identificação dos autocarros com números, que dificilmente chamam à atenção ou são dificilmente memorizáveis, mas através de combinações de cores que poderão ajudar as pessoas a fazer as associações necessárias para, aos poucos, perceberem quais as rotas que lhes poderão ser uteis.


António Aguiar da Costa

Livro de Reclamações aplicável ao Sector da Construção


Foi publicado na 1ª Série do Diário da República de 6 de Novembro, o Decreto-Lei nº 371/2007 que constitui a primeira alteração ao Decreto-Lei nº 156/2005, de 15 de Setembro, estabelecendo a obrigatoriedade de existência e disponibilização do livro de reclamações em todos os estabelecimentos onde se forneçam bens ou se prestem serviços aos consumidores.
Trata-se de uma obrigação geral, para todos os fornecedores de bens ou prestadores de serviços que assenta nos seguintes pressupostos: existência de um estabelecimento físico, fixo ou permanente, o contacto directo com o público e o fornecimento de um bem ou prestação de um serviço.
Assim, os estabelecimentos das empresas de construção civil, de promoção imobiliária e de administração de condomínios encontram-se, agora, expressamente abrangidos por tais obrigações, sendo o InCI, IP, a entidade para a qual as reclamações deverão ser remetidas, enquanto entidade responsável pela fiscalização, instrução e aplicação de eventuais coimas e sanções acessórias decorrentes da violação das disposições legais.
O presente diploma entrará em vigor 60 dias após a sua publicação, isto é, no dia 05/01/2008.



ver aqui

sábado, novembro 03, 2007

sexta-feira, novembro 02, 2007

BIM na América

A entidade Americana designada por General Services Administration (GSA) é uma agência independente do Governo Norte Americano, criada para apoiar e gerir o funcionamento das agências federais. A GSA fornece produtos e serviços ao gabinetes governamentais, gere o transporte e o espaço relativo a cada empregado federal e desenvolve políticas governamentais de minimização de custos, entre outras tarefas de gestão. A missão que lhe é atribuida é assim ajudar as agências federais a melhorar o serviço público oferecendo soluções optimizadas, serviços e políticas de gestão que representem a máxima criação de valor (Wikipedia).


BIM na perspectiva da GSA


Em 2003 a GSA estabeleceu o Programa Nacional 3D-4D-BIM. Através dos seus serviços de apoio à construção pública executou mais de 10 projectos piloto, tendo mais de 15 projectos em desenvolvimento, estando ainda a apoiar e suportar o 3D, 4D e o BIM em cerca de 35 projectos em curso espalhados por toda a América do Norte.

É obvio o comprometimento sério da GSA com as novas tecnologias que envolvem o 3D, 4D e o BIM e, consequentemente, os desenvolvimentos são notórios.

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O BIM é naturalmente o principal objectivo deste investimento. A inclusão da informação nos modelos (relembro que BIM significa Building Information Modeling) tornou os modelos computacionais ferramentas importantes para a coordenação, simulação e optimização dos projectos.
Como uma base central de armazenamento de informação e criação de conhecimento o BIM constitui um importante suporte à decisão e uma tecnologia que possibilita uma integração bastante abrangente do projecto, estando nos objectivos da GSA a aplicação efectiva do BIM às diversas fases do ciclo de vida dos empreendimentos, a par de outras àreas de desenvolvimento: faseamento 4D, laser scanning, energia, sustentabilidade, validação de movimentos e segurança.

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Pelas contas que tenho feito o período de tempo que a inovação e desenvolvimento demora a cruzar o atlântico é de cerca de 7 anos. Esperemos que lá para 2010 um investimento deste género também seja feito em Portugal.




quarta-feira, outubro 31, 2007

QREN - Incentivos às empresas



O Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros nº 86/2007, de 3 de Julho de 2007, nos termos em que foi acordado entre as autoridades portuguesas e a Comissão Europeia, estabeleceu uma profunda reforma dos sistemas de incentivos orientados para o investimento empresarial no sentido de assegurar uma maior selectividade na sua gestão e com o objectivo de os concentrar nas prioridades definidas para um crescimento económico sustentado na inovação e no conhecimento.
Com aquela finalidade foram estabelecidos três sistemas de incentivos de base transversal: o Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico (SI I&DT), o Sistema de Incentivos à Inovação (SI Inovação) e o Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização de PME (SI Qualificação de PME). Estes três sistemas de incentivos transversais poderão ser objecto de ajustamento específico em casos de comprovada necessidade para a concretização de determinadas estratégias de desenvolvimento, designadas de "estratégias de eficiência colectiva". No QREN, a estratégia relativa aos sistemas de incentivos para o investimento empresarial é concretizada através da intervenção do Programa Operacional Factores de Competitividade (investimentos de médias e grandes empresas) e dos Programas Operacionais Regionais do Continente (investimentos de micro e pequenas empresas).
ver mais aqui.

Guia de Boas Práticas para Avaliação Ambiental Estratégica (AAE)


Da autoria da Prof. Maria do Rosário Partidário, o "Guia de Boas Práticas para Avaliação Ambiental Estratégica", foi lançado no passado dia 18 de Outubro, pela Agência Portuguesa do Ambiente.
Este Guia destina-se a ser utilizado pelos diversos sectores que em Portugal devem implementar os requisitos legais de avaliação ambiental de planos e programas, estabelecidos através do Decreto-Lei nº 232/2007 de 15 de Junho, que transpõe a Directiva Europeia 2001/42/CE de 25 de Junho.


segunda-feira, outubro 22, 2007

Últimos livros comprados

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Gribbin, John (2005) História da Ciência - de 1543 ao presente, Publicações Europa-América, Lda (tradução Portuguesa)
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Conhecer o desenvolvimento da história da ciência é inevitável para quem quer fazer ciência ou se interessa por ela.

O desenvolvimento das metodologias de investigação são, por exemplo, uma evidência da evolução do processo de fazer ciência, e estão subjacentes a qualquer descoberta ou inovação actual. Hoje em dia existem processos bastante rigorosos e precisos de investigação, facto que outrora era desvalorizado ou inexistente, sendo até muitas vezes influenciado por crenças e mitos, situação hoje em dia fora de questão.

Mas a história da ciência transmite-nos bastante mais informação para além desta. Possibilita, por exemplo, a formação de uma percepção evolucionária da ciência e das suas características complexas, que marcaram as grandes descobertas. A evidência de uma "mão invisível" (tal como Adam Smith percebeu existir na Economia) que surge naturalmente nos maiores enigmas e dificulta a interiorização de uma ciência completamente racional. Existe um equilíbrio inerente aos fenómenos que, talvez, nem sempre será possível definir a sua razão. A este respeito é interessante referir por exemplo a aplicabilidade da lei da potência a inúmeros fenómenos, entre eles à formação de avalanches, à distribuição de terremotos ou até aos crashes da bolsa! (ver mais aqui e aqui).

A história alerta-nos inevitavelmente para o carácter evolucionário da vida e, por isso, da ciência, tal como nos sensibiliza para a auto-organização crítica inerente a essa mesma evolução.

Os próximos livros vêm exactamente no seguimento da temática dos sistemas complexos, o primeiro numa perspectiva de modelação computacional do comportamento social do ser humano (comportamento complexo) e o segundo no âmbito de um aprofundamento dos fenómenos complexos da natureza, questionando a relação complexidade vs simplicidade.
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Miller, John H.; Page, Scott E. (2007) Complex adaptive Systems - An introduction to computational models of social life, Princeton, New Jersey
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Gribbin, John (2005) Deep simplicity: Chaos, Complexity and the Emergence of Life, Penguin Books, England

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quinta-feira, outubro 18, 2007

Inspired by nature

Biomimicry (ou biomimética) é uma ciência relativamente recente que procura imitar a natureza na resolução dos problemas. Assume-se como ciência transversal, abrangendo todo o tipo de áreas científicas.
No campo da programação e sistemas impulsionou, por exemplo, o surgimento das redes neuronais ou os algoritomos genéticos. No seio da engenharia inspirou um inovador sistema de pré-esforço apicável ao processo de construção de pontes, já referido neste blog e por exemplo ao nível da gestão e das organizações tem também alertado para a complexidade dos sistemas e a inevitabilidade de encarar a sua interactividade, dinamismo e auto-organização. Vale a pena estar sensibilizado para esta nova ciência.


ver também TEDtalks

terça-feira, outubro 16, 2007

Conferência europeia sobre eLearning


Decorre neste momento a conferência europeia sobre eLearning (dias 15 e 16 de Outubro), no Centro de Congressos de Lisboa. Existe a possibilidade de se acompanharem as intervenções em tempo real através do site www.elearninglisboa.com (deve seleccionar-se, então, "Transferência em directo" no menú).
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A iniciativa é bastante interessante e estimulará concerteza as plataformas digitais no âmbito da comunicação e aprendizagem nas suas mais variadas vertentes. O desafio é tornar mais "plano" o acesso à informação e aproximar os intervenientes da difusão do conhecimento. Aborda-se ainda o impacto social e económico que poderam ter estes tipos de plataformas, estando elas equilibradas entre a coesão social e a virtualização do ensino.
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O elearning, quanto a mim, deve levantar dois pontos relevantes: um relativo à importância das novas tecnologias e da estratégia que deve ser desenvolvida para a implementação de plataformas electrónicas, que deve abranger uma inevitável análise da metodologia de ensino e relação entre intervenientes, e outro relativo à tentação inerente à excessiva virtualização de todo o processo, que deve ser controlada através de mecanismos tecnológicos.
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Antonio Aguiar da Costa

Conclusão do novo aeroporto voa para 2027 se a opção for Alcochete

2027 pode ser o ano de abertura do novo aeroporto internacional de Lisboa caso o primeiro-ministro, José Sócrates decida construir a infra-estrutura em Alcochete. Ou seja, mais dez anos do que estava previsto para a Ota.
Contas feitas ao programa de trabalhos que a Naer, empresa responsável pelo projecto, tinha elaborado para a Ota, a conclusão que se extrai é que entre o estudo de impacto ambiental (cuja duração é de dois a três anos), estudos complementares e outros, lançamento do concurso, criação de um "lay-out", design e adjudicação da obra, decorreria um período de seis anos.
A construção pode demorar cerca de 10 anos e ainda há que contar com um período de testes, além das ligações ao TGV e da execução das assessibilidades terrestres. E por fim, o Governo teria que submeter a Bruxelas um novo pedido para os fundos comunitários, que foram inscritos a pensar na localização na Ota.
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quarta-feira, outubro 10, 2007

Top Criteria for BIM Solutions

This report captures the detailed results of the survey “Top Criteria for BIM Solutions” that AECbytes conducted earlier this summer on behalf of a leading BIM vendor. It is a comprehensive report that analyzes the inputs of over 650 AEC professionals who took the time to provide their feedback on what they want from BIM.
in AECbytes

A realidade virtual como ferramenta de apoio à decisão, aplicada à concepção e manutenção de infra-estruturas

Um modelo de realidade virtual permite interacções virtuais com espaço e o tempo e também com critérios de decisão, no caso das infraestruturas, materiais a utilizar e respectiva vida útil, fiabilidade dos materiais, tipo de ligação existente entre eles (série ou paralelo), tipo de acções de conservação a levar a cabo e planos de manutenção a implementar. As interacções dentro do modelo virtual são efectuadas através de informação visual, no entanto, é possível a ligação do modelo virtual a algoritomos de cálculo que poderão proporcionar opções mais avançadas de simulação. Neste sentido, a existência de uma ferramenta de simulação e análise, possibilita não só o controlo visual da ocupação espacial da infra-estrutura, mas também o controlo visual do seu estado físico e da relação entre os diferentes elementos que a constituem, que terão características próprias e que funcionarão ou não em conjunto com outros elementos de características possivelmente distintas.
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Num modelo de simulação de apoio à manutenção cada elemento do cenário virtual deve ter associada a informação relativa ao seu estado de desgaste/conservação em função da variável tempo. Deste modo, quando o utilizador, após um determinado período, interage com o modelo virtual, é identificado/visualizado o grau de desgaste previsível do material de cada elemento e assim poder julgar das opções de planeamento que possam ser aplicadas.

A realidade virtual permite que a decisão seja baseada na possibilidade de visualização de toda a infra-estrutura, permitindo walkthroughs e variados tipos de interactividade visual, por forma a que, neste caso, a decisão de manutenção e conservação tenha uma componente visual bastante real e de fácil compreensão. Veja-se que, na prática, a decisão de substituição de um elemento poderá depender da sua situação no espaço (poderá ser de difícil acesso) ou até da existência de outros elementos com tempo de vida útil similar, que se situam juntos, e que por isso poderão ser substituídos ao mesmo tempo. Em qualquer das análises feitas a componente visual é decisiva. Na realidade virtual esta componente adquire uma potencialidade enorme pois a percepção da realidade é bastante simples e elucidativa, eliminando-se por exemplo as complexidades inerentes aos desenhos bidimensionais comuns.
Para além desta componente visual e interactiva referida anteriormente, um modelo virtual permite a gestão da infra-estrutura, simulando a necessidade de tomada de decisões ao longo do tempo, o surgimento de alertas, aconselhamentos, permitindo a amostragem das características dos materiais utilizados, possibilitando até a sua substituição. Digamos que na prática o modelo virtual funciona como suporte de gestão e interacção.
Por outro lado, a realidade virtual surge como uma solução de integração tecnológica[ii] que possibilita a designers, projectistas, construtores e decisores a análise global de um projecto, a detecção mais fácil de problemas de projecto, representando uma ferramenta favorável à escolha de melhores soluções de concepção. Assim é possível imaginar que um modelo de realidade virtual poderá ser útil desde o início da concepção, devendo aconpamanhar todo o ciclo de vida do projecto e permitindo a integração de todos os intervenientes num ambiente virtual simples e interactivo.Num futuro próximo a realidade virtual funcionará como uma ferramenta de apoio à decisão, simulando o ciclo de vida da infra-estrutura, apoiando o utilizador nas decisões a tomar tanto ao nível do projecto (escolha de materiais a utilizar) como durante a fase operacional da infra-estrutura. A própria demolição poderá ser simulada, permitindo um estudo visual da sequência de demolição.
Ao longo das diversas decisões a tomar, os modelos de simulação da realidade interagem através de alertas e aconselhamentos, elaborando, no final, um relatório de análise económica relativo às decisões tomadas, e abordando as possibilidades de melhoria do plano das decisões.
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Antonio Aguiar da Costa
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[i] Rad, Hosein N. and Khosrowshahi, Dr. Farzad, Visualization of Building Maintenance through time, IEEE Conference on Information Visualization ‘97
[ii] Issa, Raja R.A. , Virtual Reality: A solution to seamless technology integration in the AEC Industry?, Berkeley-Stanford CE&M Workshop

sábado, setembro 29, 2007

Rescaldo do 1º Congresso de Contratação Electrónica

O congresso foi bastante concorrido. Cerca de um milhar de pessoas estiveram presentes para constatar a oportunidade deste congresso, realizado após a aprovação do novo código de contratação pública. Este código está completamente direccionado para as novas tecnologias electrónicas, ambicionando abrir portas a maior transparência, concorrência e naturalmente maior benefício para as partes envolvidas, ambicionando posicionar-se no âmbito da teoria jogos com soma positiva.
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A exigência de investimento nas novas tecnologias será inevitável, assim como a obrigatória formação das empresas no novo código de contratação, bastante mais diversificado e completo. Prevejo boas oportunidades de consultoria no apoio à contratação e muita competição para criação de plataformas electrónicas.
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Se por um lado todo o novo sistema de contratação parece bastante moderno e abrangente, por outro, em termos de relação entre intervenientes, o processo poderá tornar-se bastante mais rígido e virtual, visto que todas as regras estão agora protegidas por novas tecnologias que, para muitos, representam uma verdadeira caixa negra.
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Aparentemente foi valorizada a contratação competitiva e por concurso, situação que protagoniza a contratação com informação assimétrica e desvaloriza a aprendizagem inerente a outros tipos de relação como as parcerias, tão em voga em países como a Inglaterra.

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Antonio Aguiar da Costa


segunda-feira, setembro 24, 2007

Contratação pública

Ver Programa detalhado aqui.
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A respeito da contratação electrónica é importante que o esforço não seja apenas no sentido de informatizar o sistema de contratação mas também no sentido de se anaisar de que forma é que as tecnologias existentes permitem melhorar o proprio processo de contratação.
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Mais uma vez o que tento realçar é que as tecnologias não devem ser aplicadas à posteriori por técnicos de informática, devem ser concebidas em conjunto com os especialistas na matéria que poderão ao poucos perceber as potencialidades das ferramentas e assim potenciar a sua aplicação e favorecer o processo.
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Antonio Aguiar da Costa

domingo, setembro 23, 2007

Tecnologias emergentes

Mais alguns passos para a integração total da informação sobre plataforma geográfica 3D.






O passo crucial e mais complexo é transformar a plataforma geográfica tridimensional no suporte virtual de base a todos os estudos de engenharia e serviços.

sábado, setembro 22, 2007

Moto-Taxi e Taxi colectivo

A introdução dos serviços táxi-colectivo e moto-táxi em Portugal, sobretudo em Lisboa, vai ser o desafio lançado aos agentes do sector pela organização do Festival Internacional do Táxi. José Manuel Viegas, especialista em transportes e organizador do evento, considera que a introdução destes novos serviços poderá estimular e alargar o mercado, que actualmente atravessa "uma crise". A introdução daqueles novos serviços seria desenvolvida com "relativa facilidade", disse aquele responsável, acrescentando que bastaria um a dois anos para serem "colocados na rua". O tempo que considera suficiente para se trabalhar na evolução da frota, na adaptação da regulamentação e na discussão do tarifário. E explicou "Há bastantes países que têm vindo a introduzir a moto-táxi. Por exemplo, no Brasil, a adopção do táxi-colectivo e da moto-táxi prendeu-se com questões económicas. Em Paris, que já dispõe desta alternativa há algum tempo, os dois serviços permitem às pessoas chegarem a tempo aos seus destinos". No que diz respeito ao táxi-colectivo, José Manuel Viegas defende que a introdução deste novo serviço em Portugal poderá traduzir-se numa excelente oportunidade, a exemplo do que acontece noutros países.




Dois pontos relativamente aos taxis colectivos:
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1- O sistema de pagamento proposto por José Manuel Viegas, em que a taxação é reduzida a partir do momento em que entra outro passageiro no taxi, não representa quanto a mim um sistema eficaz. Do ponto de vista do passageiro esta medida não é persuasora, no sentido de haver uma maior utilização dos taxis, visto que se não entrar mais passageiros a taxa não se altera. Ou seja, à partida a decisão do passageiro, sob o ponto de vista económico, é feita exactamente da mesma forma que hoje.
2- Em países pouco desenvolvidos e com dificuldades económicas, por exemplo como marrocos, a taxação é feita exactamente como num autocarro. Neste caso concreto, o taxi tem 6 lugares possíveis e cada passageiro paga apenas o equivalente a um lugar.
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Dois pontos relativamente às moto-taxis:
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1- Apresentam vantagens no que diz respeito à rapidez e ao menor impacto sobre a densidade do tráfego.
2- Estão dependentes das condições atmosféricas, assim como os profissionais que as conduzem, e apresentam riscos mais graves de acidente.
Do meu ponto de vista os taxis colectivos podem apresentar vantagem desde que assumam um tipo de taxação diferente do proposto, que garanta logo à partida uma efectiva redução na sua taxa. Relativamente às moto-taxi julgo que a cidade de Lisboa não está preparada para absorver este tipo de veículos com segurança. O Professor José Viegas refere Paris como um exemplo deste tipo de transporte, mas seria interessante referir também que em Paris os veículos de duas rodas de baixa cilindrada estão bastante difundidos sendo uma das formas de deslocação privada mais utilizadas, sendo a cidade uma plataforma de mobilidade mais "amiga" deste tipo e veículo.
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Antonio Aguiar da Costa

sexta-feira, setembro 21, 2007

Licenças de software Autodesk gratuitas para alunos, professores e investigadores

Cooperação UMIC - Autodesk apoia Universidades no âmbito da iniciativa e-U Campus Virtual Lisboa, 3 de Janeiro de 2007 - A Autodesk Portugal e a UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento IP assinaram um protocolo que envolve a disponibilização de licenças gratuitas de software Autodesk Versão Estudante para utilização nos computadores pessoais de estudantes, pessoal docente e administrativo, e investigadores das universidades e institutos politécnicos abrangidos pela iniciativa e-U Campus Virtual (http://www.e-u.pt/). Esta iniciativa, promovida pela UMIC, abrange quase todas as instituições do Ensino Superior em Portugal e envolve redes de comunicação sem fios, a integração de todo o ensino superior num campus virtual unificado, e a disponibilização de um conjunto abrangente de serviços, conteúdos e aplicações. O protocolo prevê também o acesso a uma série de benefícios que se obterão a partir do momento em que forem autorizados no Portal Universitário da Autodesk (“Student Community & Design Community – http://students.autodesk.com) os domínios das várias Universidades e Instituições.

terça-feira, julho 24, 2007

Open Source facilita migração para SOA

O levantamento da Forrester apura que o modo como o software Open Source contempla os padrões abertos – realçado como um atributo-chave por 78% dos entrevistados – é um fator essencial da percepção do seu valor para a próxima geração das arquiteturas SOA nas grandes empresas.
Nesta tendência, boa parte dos entrevistados também considera o software Open Source um veículo para importantes iniciativas de TI, como a modernização dos ambientes de aplicações corporativas. 71% avaliam isso como "importante" ou "muito importante" para a consolidação da infra-estrutura de TI.

Ruído dos aviões da Portela afecta 27 mil pessoas

O ruído causado pelos aviões no aeroporto internacional da Portela afecta 27 mil pessoas, estima a Quercus, para quem este problema deve ser incluído no debate sobre a localização do futuro aeroporto. A comissão parlamentar de Obras Públicas recebe para a semana o LNEC, instituição que vai comparar Ota e Alcochete.
Os aeroportos arriscam-se a ser a face mais incómoda do ruído, problema que entrou na legislação portuguesa há 20 anos. Hoje em dia, a Portela afecta 27 mil moradores que suportam níveis médios de ruído entre os 55 e os 65 decibéis, acumulados ao barulho próprio de uma grande cidade.Por vezes, ainda que apenas durante alguns segundos, este valor pode ultrapassar os cem decibéis. Segundo a legislação em vigor, o valor máximo médio terá de ser inferior a 65 decibéis, durante o dia.


Autodesk espera aumento de 26 a 27% da facturação em 2007

A Autodesk Portugal espera um crescimento da facturação entre 26 e 27% em 2007, depois de aumentar 20% o seu volume de negócios no primeiro semestre, indicou o director-geral da empresa.
Jorge Horta revelou à agência Lusa que o software de sistemas de informação geográfica (SIG) "é uma área de grande crescimento" da procura e as aplicações informáticas das áreas da arquitectura e da mecânica registam igualmente "um bom crescimento".
O director-geral da Autodesk Portugal assinalou que o negócio da empresa com a administração pública "correu muito bem no primeiro semestre mas deverá desacelerar no segundo", indicando que as vendas foram lideradas por produtos que geram modelos a três dimensões.O mesmo responsável indicou que a administração pública representa pouco mais de um quarto das vendas Autodesk em Portugal, com a administração local a apresentar "claramente o maior peso nas vendas para a administração pública".Jorge Horta adiantou que as compras da administração local se centram nas áreas do SIG, topografia, construção de edifícios e infra-estruturas de saneamento básico e rodoviárias, observando que o Civil 3D, que permite integrar a topografia do terreno e SIG e fazer o cálculo da movimentação de terras para construção de uma estrada, é um dos mais vendidos aos municípios.
O director-geral da Autodesk defendeu que "um dos grandes desafios para os próximos anos é a elaboração de modelos digitais em diversas áreas que permitam simulações", em que qualquer alteração de um pormenor é automaticamente repercutida em todo o modelo.O responsável da Autodesk em Portugal apontou como exemplos o projecto Vale do Minho Digital, que utiliza software Autodesk e uma base de dados relacional Oracle, permitindo construir modelos digitais e visualizar a ocupação do território com simulações de construção de infra-estruturas ou edifícios.
"A digitalização do território permite perceber em modelo o impacte de decisões que se venham a tomar" precisou, observando que os projectos de "cidades digitais" estão a converter a informação de grande parte do país para formato digital.Como exemplo de um projecto que implica SIG e modelação do território, Jorge Horta apresentou o programa de detecção precoce de fogos, desenvolvido pela Optimus e pela PH Informática, que foi testado no ano passado e através da triangulação de informação enviada pelas torres de vigia permite localizar com exactidão o incêndio e actuar precocemente.
O responsável da Autodesk salientou que outro exemplo das vantagens da "prototipagem digital do território é a possibilidade de simular o impacte do tráfego" no território.Outro caso de utilização de modelos é o software "Termobuild", em desenvolvimento pelo STTEI (parceiro Autodesk), que se conjuga directamente com um software de simulação térmica do INETI e permite saber qual vai ser a classificação térmica de um edifício a partir do projecto, indicou.Jorge Horta recordou que as regras europeias obrigam à certificação térmica dos novos edifícios para garantir baixas perdas térmicas, tendo em conta que 30% do consumo de energia da União Europeia vem dos edifícios.Este responsável sublinhou que a lei portuguesa é das mais exigentes da Europa neste domínio e Portugal será dos primeiros países a dispor de um modelo de simulação térmica de edifícios a partir do projecto.
Jorge Horta salientou que actualmente o planeamento tem de ser cada vez mais rápido, os projectos têm de ser desenvolvidos mais depressa e ser passíveis de alteração rápida em função das condições que se encontram na sua execução, com "exigências de redução de custo cada vez mais apertadas"."São necessários processos cada vez mais sofisticados na gestão das indústrias e dos serviços mas isto está também a chegar ao Estado" e a administração pública "tem de técnicas cada vez mais sofisticadas para reduzir custos de gestão" dos projectos, assinalou.

quinta-feira, julho 19, 2007

O Ruído mata!


Um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) com dados de 2000 refere que na população da União Europeia o ruído foi responsável pela perda de 211 mil anos de vida, valor 40% superior às perdas da responsabilidade da poluição atmosférica (151 mil anos de vida).
Embora o estudo não contabilize o número de mortes atribuídas à poluição sonora, a Agência Lusa fez uma projecção que conclui que nesse ano teriam morrido prematuramente mais de 9 mil europeus devido ao excesso de ruído.Este estudo coloca Portugal como o terceiro país mais afectado pelo ruído na UE, com 27% da população atingida. Só a Holanda (34,7%) e a Itália (34%) estão numa situação pior. A hipertensão e os enfartes de miocárdio são as principais complicações de saúde, relacionadas com o excesso de poluição sonora, que conduzem a esta mortalidade prematura e à perda de anos de vida.Mais uma vez o tráfego automóvel está na origem de um dos mais graves problemas ambientais com fortes impactes negativos na saúde pública. Para além da poluição atmosférica, o excesso de automóveis nas nossas cidades é também responsável por um outro factor de degradação da qualidade de vida e de mortalidade prematura – o ruído. É cada vez mais evidente e urgente a necessidade de retirar o tráfego automóvel do interior dos centros urbanos e apostar nos transportes colectivos. É uma questão de ambiente, de saúde pública e sobrevivência.
Hélder Spínola

Mundo Virtual

Stephen Lawler: Look! Up in the sky! It's Virtual Earth!

quarta-feira, julho 18, 2007

Vale a pena tentar!




Mais um ano e, com ele, mais uma edição do Prémio Inovação Jovem Engenheiro.
Face a uma realidade que se apresenta cada vez mais competitiva, perante a qual a Engenharia e os engenheiros não estão alheios, a Inovação é um dos factores de diferenciação para alcançar a excelência.
Também por estas razões, mas sobretudo porque acredita no enorme potencial científico e criativo dos jovens engenheiros, o Conselho Directivo da Região Sul encoraja e incentiva todos os jovens membros da Ordem dos Engenheiros a participarem na 17.ª edição desta iniciativa que, desde 1990, tem distinguido muitos jovens pelos seus trabalhos inovadores, contribuindo, desta forma, para a divulgação das ideias, da criatividade e da competência técnica de que são detentores os jovens engenheiros portugueses.
Pretendendo contribuir para a elaboração e divulgação de trabalhos inovadores nos diversos ramos da Engenharia, e galardoando aqueles que se evidenciem, pelo seu carácter inovador e aplicabilidade prática, entre outros critérios de avaliação, este Prémio destina-se a todos os membros da Ordem, estagiários ou efectivos, inscritos em qualquer das regiões (Norte, Centro e Sul) ou secções regionais (Açores e Madeira), cuja data de nascimento seja igual ou posterior a 1 de Janeiro de 1977.
Os trabalhos, individuais ou de co-autoria, podem ser submetidos a concurso até ao próximo dia 3 de Dezembro.
Mais informações sobre as condições de candidatura poderão ser obtidas através da consulta do
Regulamento do Prémio.

sexta-feira, julho 13, 2007

Primeira fase do projecto para tornar a Ilha da Berlenga auto-sustentável arranca depois do Verão

O secretário de Estado do Ambiente anunciou que a primeira fase do projecto para tornar a Ilha da Berlenga, Peniche, auto-sustentável, arranca depois do Verão com aspiração de ser modelo internacional. “A primeira fase, das energias renováveis, começa a partir do Verão, uma segunda fase sobre as águas residuais e os resíduos inicia-se daqui a um ano”, afirmou Humberto Rosa, após a assinatura da carta de compromisso pelos onze representantes dos parceiros envolvidos no projecto “Berlenga - Laboratório de Sustentabilidade".

in Ciência Hoje

quarta-feira, julho 11, 2007

Lâmpadas gratuitas!!

A EDP Comercial e os hipermercados da Sonae Distribuição fizeram uma parceria para, na entrega de lâmpadas usadas, oferecerem 400 mil lâmpadas por todo o país. Esta campanha, desenvolvida pela McCann, vai envolver um «investimento de 3 milhões de euros», repartido em 50 por cento por cada uma das empresas, anunciou o director de marketing da Modelo Continente, José Fortunato. Desta forma, a partir da próxima terça-feira e até 15 de Agosto, qualquer pessoa que se dirija a uma das 130 lojas Continente, Modelo e Modelo Bonjour em Portugal pode trocar cada lâmpada usada por outra nova e economizadora. «O objectivo é mudar atitudes e mudar o nível ambiental que a energia acarreta», sublinhou o administrador da EDP Comercial, Jorge Cruz de Morais. Esta acção junta-se ainda a várias outras que a eléctrica portuguesa tem realizado para promover o uso eficiente da energia e que se inserem no Programa de Eficiência no Consumo (PPEC), promovido pelo regulador do sector (ERSE). No total, com todas as campanhas em que a EDP se tem envolvido e a troca de mais de 600 mil lâmpadas, a empresa conta já com uma poupança global de 15,4 milhões de euros em gastos energéticos. Esta campanha agora apresentada «está na hora de mudar de ideias» vai ser divulgada nos habituais meios de comunicação como televisão, rádio e Internet. Recorde-se que para realizar estas promoções, a EDP tinha-se candidato ao PPEC e obteve 8,1 milhões de euros de financiamento por parte do regulador da energia (ERSE) para o ano de 2007 (81% do valor total do programa).
in Agencia Financeira

terça-feira, julho 10, 2007

Campanha "You control climate change"

http://ec.europa.eu/environment/climat/campaign/index_pt.htm


Calculadora de Carbono :
http://www.mycarbonfootprint.eu/pt/

Gestão de Projectos na Construção


Ao nível da gestão de projectos, enquanto Winch (2006) e Koskela (2006) discutem se essa gestão deveria ser baseada em teorias da economia ou da produção, um debate que Winch acaba por considerar essencialmente conceptual, vai-se analisando a viabilidade de aplicação dos conceitos lean (Womack e Jones, 2003) à construção, teoria designada por Lean Construction (Koskela, 2000), e preparando uma visão da gestão de projectos que encara a construção como um sistema complexo.
Anderson e Schaan (1999), citando Brady e Shapiro (1999), abordam a temática dos sistemas de produção complexos (COPS), apontando uma distinção evidente entre a construção e as indústrias de produção em massa, assumindo uma visível separação entre a construção e o conceito lean.
Segundo Anderson e Schaan (1999), a indústria da construção é caracterizada por uma organização project-based, em que o produto final representa um produto complexo, resultante de uma dinâmica intensa em torno de diversos processos de integração, e não um produto standard resultado de uma possível produção em massa.
A diferença entre este tipo de sistemas e os clássicos de engenharia é principalmente que os primeiros não buscam apenas a previsibilidade, o comportamento estável e limitado por situações pré-determinadas, pelo contrário, buscam soluções inovadoras e capazes de se adaptarem facilmente (Minai, 2006).
Winch (2003) num artigo bastante consistente analisa de forma descomplexada a questão da aplicação de modelos de gestão de diversas indústrias à construção. De forma inteligente Winch começa por classificar os diversos tipos de produção, de acordo com as suas estratégias: Concept-to-order, Design-to-order, Make-to-order e Make-to-forecast. Este passo permite efectivamente clarificar algumas das inconsistências que vão surgindo no estudo sobre a gestão de projectos. Não é raro alguns autores defenderem as suas teses sem definirem bem qual o tipo de produção a que se referem.
Ao mesmo tempo, Winch lembra que os modelos de produção focam normalmente no fluxo do produto, no entanto, a atenção também deve cair sobre o fluxo de informação.
De acordo com a estruturação da produção que reconhece, Winch apresenta uma matriz de esquematização dos modelos de produção, que construiu baseado em alguns casos de estudo (citando Winch, 1994) e que se apresenta na figura 1.

Figura 1 – Matriz de enquadramento da produção

De acordo com Winch, para o tipo de fluxo de materiais verificado na construção, os sistemas complexos verificam-se para o caso da produção do tipo Concept-to-order e Design-to-order, e a referência à teoria lean é feita para o desenvolvimento de novos produtos, caracterizados por uma estratégia do tipo Make-to-order, envolvendo uma produção já sustentada por um projecto bem detalhado.
Esta matriz permite uma abrangência global do sector da construção, que, segundo Winch, na sua grande maioria é constituído por projectos complexos, enquadrados no canto superior esquerdo da matriz, podendo considerar-se uma abordagem lean, apenas no caso da produção intensa de edifícios.
Para Winch (2003) a relevância da gestão de projectos na construção incide sobre os sistemas complexos e a inovação organizacional.

A respeito da teoria Lean Construction, deve dizer-se que, nos últimos anos teve um impacto relevante no processo de Construção, sendo aprofundada por inúmeros autores (Ballard, 2000; Halpin e Kueckmann, 2002; Bertelsen e Koskela, 2002; Naim e Barlow, 2003; Ballard e Howell, 2003; Arbulu et al.,2003; Taguchi, 2004). Este conceito encara a produção como um processo de produção focado no produto, em que todas as acções devem contribuir para a maximização do valor e a optimização é encarada como uma eliminação das tarefas que não representam valor.
No âmbito da Lean Construction surgem no entanto algumas questões que podem colocar-se em causa. Ballard e Howell (2003) questionam o carácter iterativo do projecto de engenharia e consideram-no como waste, na terminologia Lean, e por isso de eliminar, referindo a DSM como uma das ferramentas que possibilita eliminação. Mas será que o carácter iterativo do projecto de construção é de eliminar ou pelo contrário deve ser considerado como parte integrante do processo?
Nos últimos anos, dois dos grandes apologistas da teoria Lean Construction, Bertelsen e Koskela começam a introduzir o conceito de complexidade em alguns dos seus artigos (Bertelsen, 2003; Bertelsen e Koskela, 2003). E em 2004, Bertelsen e Koskela (2004) estabelecem um ponto de viragem da teoria Lean Construction, após cerca de 10 anos de divulgação, assumindo que a teoria lean na construção representa um ponto de partida, e não um ponto terminal, como é encarado em outras indústrias, e que deverá permitir abranger a produção no sector como complexa e dinâmica.

A mistura de conceitos inerentes a diversas teorias é visível em diversas situações e acaba por ser pouco relevante, como salienta Winch (2006). Browning et al. (2000) por exemplo aplicam os conceitos de Womack e Jones (2003) aos sistemas complexos, referindo que a introdução de valor neste tipo de sistemas é conseguida através da produção de informação útil que signifique reduções efectivas no risco do desempenho do projecto. Neste âmbito é de referir a aplicação da DSM à optimização de sistemas e o seu impacto ao nível da duração e variância dos processos (Nebiyeloul, 2005).
É importante não deixar que os conceitos se transformem em preconceitos no desenvolvimento de teorias mais evoluídas. De momento a gestão de projectos parece aguardar por consensos alargados relativamente à complexidade da construção, e desafia as TI a participarem na flexibilização e dinamismo do funcionamento integrado das diversas
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Antonio Aguiar da Costa
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Referências:

Anderson, Frances; Schaan, Susan; (1999) Innovation, Advanced Technologies and Practices in the Construction and Related Industries: National Estimates, Statistics Canada

Arbulu, Roberto J. et al. (2003) Value stream analysis of re-engineered construction supply chain, Building Research & Information, Taylor & Francis Ltd

Ballard, Glenn; Howell, Gregory (2003) Lean Project Management, Building Research & Information, Taylor & Francis Ltd


Bertelsen, Sven (2003)Complexity – Construction in new perspective, Proceedings of the 11th annual conference in the International group for Lean Construction, Blacksburg VA

Bertelsen, Sven; Koskela, Lauri (2003) Avoiding and managing chaos in projects, Proceedings of the 11th annual conference in the International group for Lean Construction, Blacksburg VA

Bertelsen, Sven; Koskela, Lauri (2004) Construction beyond Lean: a new understanding of construction management, 12th annual conference in the international Group for Lean Constructio, Elsinore, Denmark

Brady, T. and Shapiro, G. (2002) Problems of Learning in Organisations Producing Complex Product Systems (CoPS), in Systems and Policies for the Globalised Learning Economy, Conceicao, D., Gobson, M., Heitor, M. and Stoip, C.(eds.). London: Greenwood Publishing Group

Halpin, Daniel W.; Kueckmann, Marc (2002) Lean Construction and simulation, Proceedings of the 2002 Winter Simulation Conference, San Diego USA

Koskela, Lauri (2000). An exploration towards a production theory and its application to construction. Espoo, VTT Building Technology. 296 p. VTT Publications; 408. WWW:http://www.inf.vtt.fi/pdf/publications/2000/P408.pdf

Koskela, Lauri; Ballard, Glenn (2006) Should project management be based on theories of economics or production?, Building Research & Information, Taylor & Francis Ltd

Minai, Ali A. et al. (2006) Complex Engineered Systems : Science meets Technology, Springer

Naim, Mohamed; Barlow, James (2003) An innovative supply chain strategy for customized housing, Construction Management and Economics, Taylor & Francis Ltd

Nebiyeloul-Kifle, Yonas (2005) Application of the Design Structure Matrix to Integrated Product Development Process, Master of Business Admnistration at MIT

Tagushi, Hiroshi (2004) Application of Lean Enterprise Concept to Construction Firms in Japan, Master Thesis MIT

Tunzelmann, Nick; Wang, Qing; The Dimensions of Complexity in Production and Management, CoPS Publication No41

Winch, Graham M. (1994) Managing Production: Engineering change and stability, Oxford University Press

Winch, Graham M. (2003) Models of manufacturing and the construction process: the genesis of re-engineering construction, Building Research & Information, Taylor & Francis Ltd

Winch, Graham M. (2006) Towards a theory of construction as production by projects, Building Research & Information, Taylor & Francis Ltd


Womack, James P.; Jones, Daniel T. (2003) Lean Thinking: Banish waste and create wealth in your corporation, Fully revised an updated, Simon & Schuster

quarta-feira, julho 04, 2007

Custos do novo aeroporto e TGV limitados a derrapagem de 5%



Os concursos para a construção do novo aeroporto e da rede de alta velocidade (TGV) vão obedecer ao novo Código dos Contratos Públicos (CCP) que entrará em vigor a 1 de Janeiro do próximo ano.
Na prática isto significa que nenhuma das obras poderá ter derrapagens superiores a 5% comparativamente ao valor inicial do contrato e que os processos de adjudicação das respectivas empreitadas vão ser muito mais rápidos. Investimentos com estas características serão contratualizados, no máximo, no prazo de 110 dias subsequentes à apresentação das propostas pelos candidatos.


in Jornal de negócios

terça-feira, julho 03, 2007

sábado, junho 30, 2007

Segway

Ainda sobre os Segway:

http://www.ipl.pt/politecnia/n10/segway.pdf

http://www.apve.pt/upload/docs/exame_inf_05_2004.pdf

O Segway já está em Portugal para ser testado pela AVPE (Associação Portuguesa do Veículo Eléctrico) e para que se consiga regulamentar a sua circulação nas vias públicas. Com dois cavalos, controlo do movimento das rodas e vários microprocessadores, o veículo do século XXI não polui e promete mudar os hábitos de mobilidade dentro dos grandes pólos urbanos, apresentando actualmente um preço de cerca de 5.500 euros.

quarta-feira, junho 20, 2007

Embate de barco colapsa ponte

Notícia enviada para o SmartEngineering por Horácio Luís Baptista

Um troço de 200 metros da ponte Jiujiang, no sul da China, desabou depois do choque de um navio.
No momento em que o acidente ocorreu, a visibilidade era fraca por causa de nevoeiro.


sábado, junho 16, 2007

A questão ambiental

Expresso, 16 de junho de 2007 : "1/5 dos esgotos de Lisboa vão directos para o Tejo"
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Esta notícia levou-me a pensar no Aeroporto de Lisboa. A questão da avaliação do impacto ambiental não pode, quanto a mim, ser feita independentemente da situação ambiental global do país.
Isto é, que interessa ter um aeroportorto super optimizado em termos ambientais, e que por isso levou a gastos adicionais de milhões de euros, quando os esgotos de 1/5 da população de Lisboa ainda vão para o Tejo? Será que devemos encarar cada nova obra como um começar de novo ou como uma decisão envolvida pelo contexto presente?
Quanto a mim deve existir uma continuidade estratégica na avaliação ambiental e um reconhecimento de que o dinheiro permite efectivamente reconversões importantes do passado e por isso o peso de impactos presentes pode ser atenuado por melhoramentos significativos de outros impactos já existentes.
Assim, se uma opção de projecto pode significar a destruição de alguns hectares de sobreiros, por exemplo, o que me parece honesto avaliar é se o dinheiro poupado nesta opção permite trazer uma futura mais valia ambiental superior ao impacto criado, mesmo que não directamente relacionado.
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Antonio Aguiar da Costa

sexta-feira, junho 15, 2007

Ordem dos Engenheiros


A Ordem dos Engenheiros é a grande responsável pela acreditação técnica dos Engenheiros em Portugal. Quer isto dizer que zela pelos interesses de todos garantindo a qualidade da Engenharia praticada. Mas será que este tem tido um papel suficiente no que diz respeito à representação da Engenharia?

A existência de uma entidade como a Ordem deveria, quanto a mim, ultrapassar um pouco mais esta posição. Parece-me que garantir a qualidade não chega pois a necessidade de qualidade é dia após dia mais exigente e deve, dia após dia, ser estimulada. É neste sentido que a Ordem deve também actuar, delineando estratégias de sensibilização dos Engenheiros, através de formações gerais em áreas que considera estruturantes ou através de intervenções consistentes e contínuas na sociedade.
Encarar a sustentabilidade, a qualidade estética e funcional para além da estrutural, questionar as necessidades actuais de desenvolvimento e, porque não, procurar gerar alguma riqueza para que possa servir da melhor forma a Engenharia. Não apenas à custa das quotas pagas mas recorrendo a serviços prestados ao sector, principalmente através da vasta informação e bases de dados que possui. Um investimento num portal para apoio e serviços seria, por exemplo, rapidamente rentabilizado.
Acresce ainda a necessidade de referir que a Ordem dos Engenheiros zela pela imagem dos próprios Engenheiros. É ela que garante a sua posição na sociedade e a sua importância no mercado. E parece-me que essa não tem vindo a ser estimulada: os Engenheiros Civis são hoje menos reconhecidos que antigamente, os Engenheiros Informáticos são muitas vezes confundidos com técnicos de informática, e outros exemplos poderiam ser dados com facilidade. A imagem da Engenharia Portuguesa no estrangeiro deveria também ser favorecida pela intervenção da Ordem.

A meu ver a Engenharia deve, antes de mais, ser vista como uma forma de pensar e intervir na sociedade e por isso a Ordem, antes de defender a continuidade da profissão, deve pensar a Engenharia.
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Antonio Aguiar da Costa

quinta-feira, junho 07, 2007

Imaginar a mobilidade 2

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O investimento público em transporte deve ser feito em infraestruturas pensadas à imagem de cada um de nós. Deve ter em consideração o ambiente e o conforto de todos. Deve constituir um compromisso social, que responsabilize cada cidadão.
A complexidade da sociedade deve ser encarada com lucidez. Analisar o serviço de transportes actual representa uma aproximação à falta de compreensão da natureza humana. Será alguma vez possível existir um serviço de transporte que possibilite a liberdade e flexibilidade que cada um de nós gostaria de ter?
O assunto do dia é exactamente o ambiente e as crescentes exigências de conforto. Diminuir a poluição atmosférica e sonora é um dos objectivos da sensibilização para o uso de transportes. Resta saber se, no limite, o impacto dos transportes urbanos actuais é tão diminuto quanto o desejado.
Imaginemos que amanhã todos utilizariamos o serviço de transportes que existe actualmente. Óbviamente ter-se-ia que aumentar a capacidade dos equipamentos existentes e a sua frequência. Mas será que neste panorama a poluição e o impacto sobre o meio seria tão reduzido quanto o desejado?
No meu esforço por imaginar a mobilidade urbana surge-me o pensamento de que a sociedade deve ser encarada através da sua complexidade e deve pensar-se com a ousadia de permitir emergir a inovação.
A necessidade de liberdade e flexibilidade deve ser uma prioridade. Por outro lado, a estratégia deve cair sobre a concepção de um sistema que permita a curto prazo a diminuição evidente dos impactos. É neste contexto que surge o segway (ver imagem acima). Pensemos: será mais fácil desenvolver veículos ecológicos eficientes de pequenas dimensões ou de grandes dimensões? A resposta parece simples. Os de pequenas dimensões parecem ter maiores potencialidades de eficiência. E quanto à flexibilidade e liberdade? O segway parece-me também um transporte adequado.
Claro que os percursos mais longos não são possíveis de fazer com o segway. É aqui que entram os transportes de maiores dimensões, que devem permitir o transporte dos próprios segways e devem ter percursos axiais, sem grandes ramificações, ligando pontos com raios de abrangência de cerca de 3 km.
As infraestruturas deveriam então ser alteradas para que fosse possível a facil circulação destes veículos individuais. Estimular o seu uso começa exactamente pela criação de infraestruturas de mobilidade. Era aqui que queria chegar. O sistema publico de transportes deve focalizar o seu investimento na criação de plataformas de mobilidade que ousem alterar os preconceitos actuais de transporte e estimulem novas formas de deslocação.
Poderíamos pensar, porque será que ninguém se desloca em bicicleta nas principais cidades do País? Será que a culpa é da tão citada morfologia do terreno? Se assim é então o segway terá naturalmente sucesso.
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António Aguiar da Costa

segunda-feira, maio 28, 2007

Imaginar a mobilidade

Os transportes urbanos estão a ficar desadequados às exigências actuais.
No contexto ambiental, por exemplo, observe-se os autocarros, verdadeiros monstros por entre ruas estreitas estremecendo a calçada e emitindo decibéis extrovertidamente, naturalmente desadequados aos limites de conforto cada vez, teoricamente, mais apertados e aos objectivos de redução da poluição emitida.

Os seus percursos, quanto a mim demasiado longos, obrigam a que as dimensões dos autocarros sejam grandes o suficiente para que correspondam às necessidades de transporte dentro das suas amplas áreas de influência.

Parece natural que quanto maior o percurso a servir, maior será a possibilidade de atrasos ou a incerteza destes. Gerir horários obriga a que seja gerida também a incerteza de os cumprir. Para mim, também este deve ser um critério para projectar os percursos a servir e um argumento para a redução dos percursos.

Estou definitivamente do lado dos percursos menos abrangentes, mas obrigando possivelmente a mais trocas por parte dos utilizadores. Apesar de menos confortáveis estas trocas deveriam ser feitas em terminais adequados que constituíam os pontos de ligação entre os percursos.

Sendo mais curto o percurso torna-se possível aumentar a frequência com maior facilidade até porque os autocarros a utilizar seriam mais pequenos. Veja-se que, actualmente, aumentar a frequência dos autocarros provoca impactos consideráveis no meio e no trânsito da cidade.

Caminharíamos então para um conceito de transportes satélite que abrangeriam, por exemplo, bairros, no limite, até apenas determinadas ruas. Tornavam-se transportes mais pessoais, mais previsíveis e até mais familiares.

A par desta medida eliminaria o trânsito dentro dos bairros, pelo menos os mais antigos e menos adequados ao trânsito intenso, permitiria a deslocação gratuita dos moradores do bairro/zona dentro do seu próprio bairro/zona. O pagamento seria apenas feito a partir do momento em que os limites de transporte do bairro fossem ultrapassados. Julgo que desta forma se introduziria um hábito de utilização do transporte e assim uma maior utilização global deste tipo deslocação.
Ganharia o meio e cada um de nós.
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António Aguiar da Costa
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terça-feira, maio 22, 2007

Energia nos Edifícios - parte 1 de 2

Mais informações aqui

Energia nos Edifícios - parte 2 de 2

Estado é quem mais investe nos SIG

Além das instituições estatais, também as empresas de telecomunicações, banca e utilities começam a recorrer aos serviços georreferenciados disponibilizados a partir da Internet.
Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) são uma importante ferramenta de apoio à tomada de decisão e servem de complemento a várias outras aplicações, como sistemas de gestão integrados, business intelligence ou aplicações customer relationship management.

Das inúmeras vantagens que se podem enumerar à utilização dos SIG, a valorização da informação sobre o território nacional para a criação ou implementação de legislação nas mais diversas áreas é um dos factores de destaque. É importante que um Estado conheça a realidade do seu território ao detalhe. Só desta forma é que em muitas situações é possível actuar em conformidade com o interesse público.


Talvez por reconhecer a importância dos metadados é que, em finais de Novembro de 2006, o Parlamento Europeu e o Conselho Europeu chegaram a um acordo sobre a directiva INSPIRE (Infrastructure for Spatial InfoRmation in Europe). Através desta directiva comunitária pretende-se promover a disponibilização de informação de natureza espacial, capaz de ser utilizada na formulação, implementação e avaliação das políticas da União Europeia. Por isso, o INSPIRE estabelece um enquadramento legal para a criação gradual e harmonizada de uma infra-estrutura europeia de informação geográfica. Esta iniciativa incide, numa primeira fase, nas necessidades de informação geográfica para políticas ambientais. Ao tratar-se de uma iniciativa de natureza intersectorial, a Comissão Europeia acredita que a sua aplicação irá expandir-se gradualmente para outros sectores de actividade – como a agricultura ou os transportes – à medida que outros serviços da Comissão passem a participar na iniciativa.Ao abrigo da directiva INSPIRE, a informação geográfica proveniente de diferentes fontes deve poder ser combinada de forma transparente, através de todo o território europeu, e partilhada por diversos utilizadores e aplicações. O Sistema de Informação Geográfica Nacional (SIGN) defende que essa informação deve ser partilhada a vários níveis para permitir a análise detalhada e geral dos dados para objectivos estratégicos. A informação geográfica de suporte à actividade governamental, a todos os níveis, deverá ser abundante e disponível sob condições que não restrinjam o seu uso generalizado.Segundo as regras propostas pela directiva INSPIRE, os dados geográficos disponíveis têm de ser facilmente identificáveis, devendo permitir realizar uma análise rápida à sua adequabilidade para um determinado uso, bem como as respectivas condições de acesso e utilização. Nesse sentido, a informação geográfica deve tornar-se cada vez mais perceptível e fácil de interpretar por se encontrar devidamente documentada e por poder ser visualizada no contexto adequado, ou seja, de forma amigável para o utilizador.



Simbiose entre Tecnologias de Informação e a Gestão no seio das organizações

Conway (1968) desenvolveu aquela que se tornou conhecida como a Conway’s law, que argumenta que as organizações que desenvolvem sistemas de informação são induzidas a fazê-lo de acordo com a comunicação interna da própria organização.

Ao mesmo tempo Conway alerta que, provavelmente, o factor que está por trás de grande número de sistemas de comunicação mal projectados é o mau desenho das próprias organizações.



No mesmo artigo, Conway realça ainda a importância de desintegrar o sistema e de fragmentar a estrutura de comunicação da organização, no sentido de simplificar e segregar canais de comunicação. Ao mesmo tempo, admitindo o carácter dinâmico dos sistemas, salienta a flexibilidade como um conceito chave dos sistemas.
Neste raciocínio a modulação surge como uma ferramenta importante na gestão e desenvolvimento de sistemas, ainda que inicialmente aplicado ao desenvolvimento do software propriamente dito (Parnas, 1972).


Posteriormente, o conceito de modulação tem sido aplicado à gestão de projectos, como uma técnica de gerir a complexidade dos sistemas (Langlois, 2002; Baldwin e Clark, 2006). O conceito de sistemas complexos e modulação surge tanto no âmbito das TI como da gestão de grandes projectos, como é o caso da Construção, sendo uma das ferramentas de modulação mais referidas a Design Structure Matrix (Sullivan et al., 2001; oloufa et al., 2004; Bjornfot e Stehn, 2007).


Sendo a gestão de projectos, na sua essência, um esforço organizacional (Winch, 2003) e o bom desempenho de um sistema de informação, de acordo com Conway, depender muito da organização inerente a esse sistema, parece então haver um paralelismo grande entre a modulação do sistema e a modulação da organização, e consequentemente entre a complexidade do sistema e da organização a que se refere.

Assim a criação de um sistema de informação exige um esforço de análise organizacional sensibilizada pela gestão de projectos e pela inevitável simplificação consciente da realidade.


António Aguiar da Costa


Referências:


-Baldwin, Carliss Y.; Clark, Kim B. (2004) Modularity in the design of Complex Engineering Systems, Complex Engineered Systems: Science meets Technology, Springer

-Bjornfot, Anders; Sthen, Lars (2007) A design structural matrix approach displaying structural and assembly requirements in construction: a timber case study, Journal of Engineering Design, Vol. 18. No.2, Taylor & Francis Ltd

-Conway, Melvin E. (1968) How do committees Invent?, Datamation magazine, Vol. 14, No. 4
-Langlois, Richard N. (2002) Modularity in technology and organization, Journal of Economic Behaviour & Organization, Vol. 49, 19-37, Elsevier

-Oloufa, Amr A. et al. (2004) Using DSM for modeling information flow in construction design projects, Civil Engineering and Environmental Systems Vol. 21, No.2, pp. 105-125 Taylor & Francis Ltd

-Parnas, D. L. (1972) On the criteria to be used in decomposing systems into modules, Communications of the ACM, Vol. 15, No.12

-Sullivan, Kevin J. et al. (2001) The structure and value of modularity in Software design, Proceedings of the 8th Europeans Software Engineering Conference, Vienna, Austria

-Winch, Graham M. (2003) Models of manufacturing and the construction process: the genesis of re-engineering construction, Building Research & Information, Taylor & Francis Ltd

segunda-feira, maio 21, 2007

Exclusividade pública

A investigação científica e as universidades estão demasiado afastadas da sociedade e do mundo empresarial. Portugal sente isso.
A opinião pública proclama a necessidade de fundir a dinâmica empresarial com a minúcia e criatividade dos investigadores. Ao mesmo tempo as Universidades tentam acomodar-se à agressividade da nova sociedade e pressentem a inevitabilidade de se inserirem no mercado e desse modo se tornarem auto sustentáveis.
Existe, no entanto, uma distância grande entre a vontade e a acção. Entre o objectivo e o rumo a tomar.
Portugal espera sempre que alguém consiga encontrar uma solução. No entanto será talvez altura para encararmos o problema e começarmos a pensar em pequenas mudanças estruturais, em pequenos passos. Estes sim permitirão ultrapassar as dificuldades.
Um dos pequenos passos que proponho é a eliminação dos contratos de exclusividade dos investigadores e docentes. E digo mais, a remuneração deve considerar incentivos ao empreededorismo e à colaboração entre todos. Deve estimular-se a criação de redes de conhecimento e a criação de produtos, empresas e negócios. Contratar investigadores e obrigá-los a dedicarem-se exclusivamente à investigação é, inevitavelmente, retirar-lhes a possibilidade de empreender, de contribuir para a sociedade de uma forma dinâmica e moderna.
António Aguiar da Costa

segunda-feira, abril 23, 2007

Ligações à rede eléctrica


Enquanto a temática das ligações à rede para fornecimento de energia não é ainda muito clara, apresentando-se pouco consistente em termos práticos, aqui ficam algumas perguntas e respostas que podem contribuir para divulgar o assunto.


Instalações de ligação à rede - o que são?

São instalações fotovoltáicas ligadas directamente à rede pública de distribuição (REN). Toda a energia produzida é injectada directamente na rede. Podem ser ligadas à rede de Baixa Tensão, se a potência instalada for inferior a 100KWp.

Posso vender à EDP a energia injectada na rede?

Sim. Primeiro deverá obter a licença de Produção em Regime Especial, na Direcção Geral de Geologia e Energia (DGGE). O processo de obtenção desta licença é regulado pelo DL 312/2001.

Posso consumir a energia produzida e vender apenas o excesso?

Pode, mas este sistema de productor/consumidor tem uma remuneração muito baixa (± 0,30 €/KWh). Investimentos na ordem de 30.000,00 € para uma potência de 5 KW nunca são amortizados em menos de 30 anos, contando com os preços de compra no mercado actual.
Deve vender a totalidade da energia produzida. A instalação de consumo mantém-se inalterada. As suas necessidades de consumo devem ser satisfeitas pela rede pública.
Também não existe "acerto" de facturas. Paga a factura de consumo na totalidade e envia uma
factura relativa à energia injectada na rede.

Um condomínio pode ser proprietário de um sistema "grid connected"?
Sim. Os condomínios são entidades com "corpo" jurídico e fiscal.

Por que preço é que a EDP me compra a energia? Durante quanto tempo?
Depois de obtida a licença de produção em Regime Especial, já está em condições d celebrar o contrato com a EDP. O preço de venda à EDP é regulado pelo DL 168/99, com as alterações previstas no DL 339-C/2001 e mais recentemente no DL 33-A/2005.Para instalações até 5KWp, o preço actual do KWh é de ± 0,56 Euro. Este valor é actualizado mensalmente, de acordo com o IPC (no continente, sem habitação). Os contratos têm limitação de 15 anos,
sendo negociados novamente depois deste período.

Qual é o tempo de vida útil de uma instalação "grid connected"?
No mínimo, 20 anos. Este é o valor considerado quando se pretende quantificar a valia económica destes equipamentos. No entanto, é consensual entre os especialistas nesta área que um sistema fotovoltáico "grid connected" poderá durar pelo menos 40 anos. A maioria dos fabricantes de módulos garante o seu funcionamento por, pelo menos, 20 anos.

Que cuidados é preciso ter? E necessária manutenção periódica?
Não são necessários cuidados especiais. O sistema não possui peças móveis, pelo que a manutenção é mínima ou inexistente. O único "trabalho" consiste em fazer a leitura do contador
- no último dia de cada mês - e enviar a factura à EDP.

Em quanto tempo se recupera o investimento inicial?
O preço de referência de uma instalação "grid connected" é de 6 Eur / Wp. Em Portugal pode produzir até 1500KWh / KWp instalado. Em menos de 7 anos terá recuperado o seu dinheiro.