A investigação científica e as universidades estão demasiado afastadas da sociedade e do mundo empresarial. Portugal sente isso.
A opinião pública proclama a necessidade de fundir a dinâmica empresarial com a minúcia e criatividade dos investigadores. Ao mesmo tempo as Universidades tentam acomodar-se à agressividade da nova sociedade e pressentem a inevitabilidade de se inserirem no mercado e desse modo se tornarem auto sustentáveis.
Existe, no entanto, uma distância grande entre a vontade e a acção. Entre o objectivo e o rumo a tomar.
Portugal espera sempre que alguém consiga encontrar uma solução. No entanto será talvez altura para encararmos o problema e começarmos a pensar em pequenas mudanças estruturais, em pequenos passos. Estes sim permitirão ultrapassar as dificuldades.
Um dos pequenos passos que proponho é a eliminação dos contratos de exclusividade dos investigadores e docentes. E digo mais, a remuneração deve considerar incentivos ao empreededorismo e à colaboração entre todos. Deve estimular-se a criação de redes de conhecimento e a criação de produtos, empresas e negócios. Contratar investigadores e obrigá-los a dedicarem-se exclusivamente à investigação é, inevitavelmente, retirar-lhes a possibilidade de empreender, de contribuir para a sociedade de uma forma dinâmica e moderna.
António Aguiar da Costa
1 comentário:
Quem fala assim não é gago! Compreendo perfeitamente o que quer dizer! Como sabe, não estou ligado ao meio académico, mas durante alguns anos fui aluno e sei que é perfeitamente verdade o que afirma.
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