2007 está aí! O início do ano é sempre uma oportunidade de interiorizar o que foi feito de bom e de mau, e de repensar o futuro.
Efectivamente a contagem do tempo é algo que acaba por nos condicionar as decisões, algo que, à primeira vista não seria previsivel. Combinamos reuniões a horas certas, ou então às meias horas, começamos, por exemplo, a emagrecer no ínico do mês, prevemos alterar certas rotinas a partir do início do próximo ano, etc. Já que assim é, então há que aproveitar este início do ano para algumas alterações, para melhor, claro!
O panorama não se prevê muito optimista para 2007, no entanto, há um caminh de optimização a fazer e que deve começar já este ano através de uma maior sensibilização para a necessidade de existir uma estratégia, objectivos bem definidos para a sociedade, e uma maior sensibilização para outras formas de engenharia como a política, social e de sistemas.
Quanto a mim é errado reduzir a Engenharia a um conjunto discreto de disciplinas científicas abrangendo áreas como a informática, a electrotécnia, a construção, os transportes. Hoje em dia a engenharia tem que ser mais que isto, tem que estar preparada para a emergente globalização e até para um desafio metanacional, em que uma empresa pode aproveitar o conhecimento dos mais variados locais do mundo, mesmo possuindo essa empresa um tamanho reduzido.
A principal distinção entre o conhecido conceito de globalização e o mais recente conceito de desafio metanacional está na inexistência de ligação entre o tamanho da empresa e a sua capacidade de agir em todo o mundo. O desafio que se propõe para o futuro é o de tornar as empresas globais logo à nascença. Em Portugal a Ydreams, do recente premiado Professor António Câmara, tem perspectivas de atingir o mercado chinês este ano de 2007, com uma naturalidade que impressiona e com uma inteligência que projecta para o futuro a inevitabilidade de pensar globalmente e agir localmente.
Por outro lado, espera-se que, a partir de 2007 a departamentalização da Engenharia seja contrariada, cruzando, cada vez mais, as diversas àreas de conhecimento. Os recentes desenvolvimentos têm nos mostrado que a optimização exige um equilíbrio entre varias àreas de conhecimento, o qual apenas é atingido através da intercepção transversal destas. Assim, observaremos em 2007 uma maior evidência de cruzamento de disciplinas como a investigação operacional e a concepção de projectos de engenharia, a modelação tridimensional e a análise de sistemas de transportes, a concepção de infra-estruturas e os sigs, a gestão de sistemas de informação e a gestão de projectos, a realidade virtual e a vida útil das infra-estruturas, o conhecimento de análise de falhas e manutenção das áreas da engenharia mecânica e engenharia industrial e a engenharia civil, a engenharia civil e a engenharia química e a Biotecnologia, e verificaremos uma crescente introdução de conceitos de sustentabilidade, energia, ambiente, em todas as áreas de desenvolvimento.
A tudo o que foi já referido acresce a necessidade de introduzir os conceitos de engenharia social e política. Conceitos que devem existir na base de toda a Engenharia. Para a mim a Engenharia não deve apenas servir uma ideia de um projecto, deve também intervir política e socialmente, recorrendo à sua base científica e racional para propôr novas soluções, não apenas estruturais mas também conceptuais. Veja-se um exemplo muito simples relativo à questão da eficiência energética de edifícios. Actualmente tem-se verificado melhorias significativas ao nível da eficiência energética de edifícios, tem-se encontrado novas soluções de aquecimento inetrior, maiores eficiências ao nível da protecção térmica, mas será que está a ser feito tudo o que é possível? Será que são razoáveis as diferenças térmicas cada vez mais elevadas existentes entre o exterior e o interior dos edifícios? O contributo da engenharia tem melhorado a eficiência e o isolamento térmico mas será razoável a existência de diferenças térmicas de 15ºC muitas vezes verificadas?
Também a Engenharia poderá no futuro pensar nestas questões e intervir na sociedade de forma inteligente. Em 2007 espero que seja dado mais um passo rumo à inteligência social e política da Engenharia.
2007 será um ano de "aquecimento", onde a sustentabilidade, a optimização de sistemas, a inovação e as novas tecnologias vão definitivamente mudar o rumo da Engenharia e possibilitar a afirmação de esperanças positivas de desenvolvimento.
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BOM ANO 2007 PARA TODOS!
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António Aguiar da Costa
2 comentários:
Faço votos para que a semente que está a ser lançada por este smart dê bons frutos.
A3C
Obrigado.
a vontade de partilhar ideias é já um óptimo fruto ;)
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