sexta-feira, janeiro 12, 2007

Prédio em Quarteira inclinado 30 centímetros


Um edifício habitacional de Quarteira, com oito pisos, sofreu uma inclinação vertical de cerca de 30 centímetros, desde que foi construído, há cinco anos.
De acordo com especialistas do Instituto Superior Técnico (IST) citados pelo jornal Público, que noticiou o caso no último fim de semana, deverá verificar-se um agravamento da inclinação do edifício Austral, situado na Rua da Alagoa. O IST terá recomendado intervenções urgentes, sob pena de a situação se tornar «de alto risco», refere o jornal.
Contudo, especialistas da Universidade do Algarve referiram, traçaram um cenário menos negro, e disseram, também ao Público, que a «rotação do corpo rígido deverá estar estabilizada», há dois anos.
Em Junho, uma peritagem feita a pedido da administração do condomínio, apurou a existência de «um claro incumprimento do projecto de estabilidade», relativamente às fundações do edifício, cita o Público, revelando que a laje de que sustenta o prédio tem entre 7 e 15 centímetros, «consoante as zonas», quando deveria ter 35.
O engenheiro que dirigiu o projecto de estabilização disse ao jornal que «o betão foi efectuado por uma empresa da especialidade». «Não estive lá nesse dia», disse o director técnico da obra, declinando responsabilidades pelo desequilíbrio do prédio.
O dono da obra, um emigrante da Austrália, encontra-se em parte incerta. Após uma vistoria municipal, que apurou uma inclinação de «30 centímetros em relação ao plano vertical», foi feita a recomendação de que o construtor fosse notificado para a correcção do problema. Para garantir o pagamento destas despesas, o Tribunal de Loulé procedeu ao arresto dos bens do Water Pinto, mas estes já tinha sido penhorados por dívidas ao Estado, refere o jornal..
De acordo com uma estimativa pedida pela administração do condomínio, a correcção dos problemas visíveis foi orçada em 400 mil euros, mas a resolução total do problema deverá custar mais de 2,5 milhões de euros.
in Portugal Diário

5 comentários:

Anónimo disse...

"O engenheiro que dirigiu o projecto de estabilização disse ao jornal que «o betão foi efectuado por uma empresa da especialidade». «Não estive lá nesse dia», disse o director técnico da obra, declinando responsabilidades pelo desequilíbrio do prédio."

É o típico estou-de-consciência-tranquila...

"O dono da obra, um emigrante da Austrália, encontra-se em parte incerta. Para garantir o pagamento destas despesas, o Tribunal de Loulé procedeu ao arresto dos bens do Water Pinto, mas estes já tinha sido penhorados por dívidas ao Estado, refere o jornal..

É o típico empreiteiro...

Um dos receios que sinto com a aplicação do RCCTE e do RSECE (assuntos energéticos) é, tal como neste caso, que a fiscalização seja ineficiente ou inexistente.

António Aguiar da Costa disse...

A minha opinião é que não está nas mãos da fiscalização a mudança necessária, porque a fiscalização quando existe é,como disse o hbatista, muitas vezes ineficiente.

A mudança está nas mãos dos clientes, que devem ser melhor informados, e devem ter uma formação mais rigorosa para que exijam construções de boa qualidade, e também está nas mãos da justiça que deve agir de forma exemplar para inibir situações deste tipo.

Anónimo disse...

A execução de um projecto de estruturas (neste caso concreto) compreende quatro entidades: o projectista, o empreiteiro, a fiscalização e o cliente (dono da obra).

A função do projectista de estruturas é executar um projecto viável, de qualidade e económico. Após a execução do projecto, este profissional nem sempre acompanha a sua execução, pelo que terá que garantir a sua clareza e executabilidade para, em obra, o empreiteiro e a fiscalização terem sucesso. O projecto é entregue ao dono da obra que trata de adjudicar a um empreiteiro que assegure a sua execução, dentro do definido no caderno de encargos.

A obra é adjudicada e entram em cena o empreiteiro e a fiscalização.

O profissional da fiscalização (ao serviço do dono da obra) tem por missão garantir que a obra é executada impreterivelmente de acordo com o projecto. Qualquer desvio tem que ser comunicado ao dono da obra. Na posse destes dados, quem toma a decisão perante o empreiteiro é sempre o dono da obra. O projecto não pode ser alterado quer pelo dono da obra quer pela fiscalização. A fiscalização tem como forma de sua defesa, documentar muito bem a sua actuação em obra e garantir que todos os documentos são assinados quer pelo empreiteiro quer pelo dono da obra. Neste caso em particular, a fiscalização afirmou que “não estive lá nesse dia”. A sua única defesa é agora apresentar os relatórios de obra nos quais é mencionada esta situação (laje betonada com espessura inferior ao projectado) e esses documentos estejam devidamente assinados pelas entidades já mencionadas, por forma a responsabilizar quem teve conhecimento da situação e poderes para a alterar mas não o fez . Na ausência de tal documentação, a fiscalização pode ser judicialmente accionada pelos lesados.

Anónimo disse...

Então e Sr. Director de Obra onde é que anda?
Não devia ser permitido, haver Técnicos com mais de uma direcção de obra, ou então quando tivesse mais que uma fosse na mesma localidade, e não como acontece agora que o Técnico tem a responsabilidade de várias obras do mesmo empreiteiro.
E já agora os livros de obra deviam ser sempre preechidos durante a respectiva visita/reunião de obra e não quando dá jeito.

Anónimo disse...

A questão é que na realidade estas são situações dificeis de controlar visto que as partes envolvidas têm interesses em que tudo se mantenha como está.