O Metropolitano de Lisboa (ML) está a perder cerca de 160 milhões de euros por cada exercício de actividade, situação deficitária crónica que elevou o passivo acumulado da empresa para o limiar dos 3.300 milhões de euros, o equivalente a cerca de 2,2% do PIB nacional.
Em entrevista ao Diário Económico, Joaquim Reis, que tomou posse como presidente do ML no início de Novembro de2006, revela que, “para 2007, muito provavelmente, os custos globais da massa salarial do Metro vão aproximar-se dos 100 milhões de euros, entre 97 e 98 milhões de euros, ao contrário dos 90 milhões que pensávamos inicialmente”. Este montante engloba as despesas com massa salarial, o esforço para garantir os complementos de reformas para o fundo de pensões, a componente social e os descontos da empresa para a Segurança Social.Além destes 100 milhões de euros anuais, o ML despende, por ano, 75 milhões de euros com encargos financeiros com a dívida (juros), 40 milhões de euros para FSE – Fornecimento de Serviços Externos e ainda entre 30 e 40 milhões de euros com amortizações. Do lado das despesas, estamos perante custos anuais de 240 a 245 milhões de euros, quando em receitas, incluindo vendas de bilheteira, receitas indirectas (publicidade e aluguer de espaços comerciais) e indemnizações compensatórias (saídas do Orçamento de Estado), o Metro garante apenas uma verba de 85 milhões de euros por ano.“Em termos de ‘cash’, temos um défice de exploração de 110 milhões de euros por ano e apresentamos um EBITDA negativo de 45 milhões de euros por ano”, adianta Joaquim Reis. Para atalhar este caminho ruinoso, o novo presidente do ML avisa que a empresa “tem de entrar nos carris a curto prazo, mesmo que a produção de efeitos das medidas a tomar ainda demore alguns anos, de forma a reduzir o défice económico da empresa”.
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A redução de custos e a optimização de receitas são os caminhos apontados. Joaquim Reis elenca alguns, destacando a renegociação do Acordo de Empresa (AE), cujos conteúdos básicos já datam de 1976. “O actual conselho de gerência entende que este AE não é adequado à realidade produtiva do Metro hoje em dia e, portanto, carece de ser revisto. Não estão em causa as condições remuneratórias da generalidade dos trabalhadores, como já disse várias vezes, mas sim introduzir medidas de fomento à produtividade e acabar com algumas cláusulas que são ilegais”.
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in Diário Económico
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