Deve a Universidade acompanhar o Presente ou preparar o Futuro?
E quais serão os temas do Futuro?
Há uma série de questões que se levantam no âmbito do Ensino Superior que devem realçar-se, algumas delas prendendo-se com alterações ao nível do mercado actual, ou alterações nas suas perspectivas de desenvolvimento futuro, outras ainda com a forma como a sociedade acompanha esse desenvolvimento, nomeadamente a sociedade Portuguesa.
Gostaria de realçar dois pontos principais que abrangem estas problemáticas e que, quanto a mim, evidenciam a necessidade de actualização do Ensino Superior, e que passo já a definir:
Há uma série de questões que se levantam no âmbito do Ensino Superior que devem realçar-se, algumas delas prendendo-se com alterações ao nível do mercado actual, ou alterações nas suas perspectivas de desenvolvimento futuro, outras ainda com a forma como a sociedade acompanha esse desenvolvimento, nomeadamente a sociedade Portuguesa.
Gostaria de realçar dois pontos principais que abrangem estas problemáticas e que, quanto a mim, evidenciam a necessidade de actualização do Ensino Superior, e que passo já a definir:
1 - A informação e a sua partilha apresentam uma nova concepção;
2 – A experiência tem demonstrado novas necessidades de desenvolvimento do sector;
Antes de passar ao desenvolvimento de cada um dos pontos, queria congratular o acordo que foi feito, recentemente, entre o MIT e o Governo, que abrangerá algumas Universidades Portuguesas (ver notícia aqui), e queria ainda referir que Bolonha poderá também representar um passo importante em algumas futuras reformas do Ensino Superior, e por isso o encaro com alguma expectativa.
Ponto de pensamento 1:
É evidente que hoje em dia a informação tornou-se muito mais acessível, e para além disso, o acesso a ela muito mais rápido. Mas o que poderá isto representar?
Bem, o que se passa é que o conhecimento profundo da informação armazenada ao longo do tempo torna-se dia-a-dia menos relevante. O que quero dizer é que a necessidade de memorizar o máximo de informação desse tipo não é, nos dias de hoje, o mais importante. Relembro que por várias vezes, durante o curso de Engenharia Civil, muita informação foi fornecida e por mim absorvida, mas hoje sinto que, dada a facilidade de acesso a ela (e actualizada), teria sido mais proveitoso ser sensibilizado para as técnicas modernas de tratamento dessa informação, de análise e processamento. É essa informação que é mais difícil de obter e de gerir.
Por outro lado, a necessidade de dominar técnicas de tratamento de informação e análise, cresce de forma importante. Conhecer o funcionamento do software existente, conhecer os modelos de optimização, os sistemas de integração ou de avaliação de riscos tem-se tornado temas principais de desenvolvimento.
A informação está cada vez mais livre e o seu acesso apresenta uma tendência de ser liberalizado, o que permite que qualquer um de nós consiga aprofundar os seus conhecimentos que estejam guardados em bases de dados. É obvio que deve sempre compreender-se a base das disciplinas, mas a incidência maior deve ser feita, quanto a mim, nas técnicas de aplicação e análise.
Numa breve alusão aos nossos tão bem conhecidos computadores, se imaginarmos que a nossa memória está dividida em RAM e ROM, então hoje em dia a ROM deverá ocupar a maior parte da nossa memória do nosso cérebro.
Falei anteriormente em liberalização da informação e neste contexto gostaria de colocar uma questão: Se imaginarmos que os trabalhos dos alunos e investigadores, teses, publicações, estivessem disponíveis para todos não seria muito mais intenso o desenvolvimento? E não será esse o objectivo?
Claro que surge uma questão, como se paga aos investigadores que doutra forma venderiam as suas publicações? Bem, aqui há que compreender que nem todos os investigadores pretendem ganhar dinheiro com as publicações, e neste último caso não haveria problema de possibilitar o acesso a toda a informação. Na situação daqueles que pretendem vender o seu estudo, porque não cobrá-lo de forma posterior? Ou seja, se o trabalho for citado ou de alguma forma referido, então aí é que se pagariam os direitos de autor, pois a informação foi utilizada por outrem. Mas porquê pagar para aceder à informação se ela poderá até vir a não ser proveitosa? (Esperemos que um dia o Google um dia resolva isto!)
Ponto de Pensamento 2:
O mundo profissional tem apresentado mudanças. Surgem necessidades recentes de:
- Técnicas de Gestão da cadeia de produção mais avançadas;
- Concepção de infra-estruturas para tempos de vida mais alargados, considerando a sua degradação, manutenção, acções de inspecção e métodos de detecção;
- Concepção de infra-estruturas que sejam fáceis de construir e o mais recicláveis possível;
- Planeamento logístico das cidades aplicando métodos de previsão e medidas proactivas visando a sustentabilidade das mesmas;
- Estruturação de redes de transportes eficazes e interfaces que as tornem atractivas;
- Integração das diversas vertentes da Engenharia em torno da cadeia produtiva;
- Análise e prevenção de riscos;
- Eficiência energética , aproveitamento de recursos e redução de emissões de CO2;
Existem exigências crescentes que obrigam a uma reinvenção da Engenharia que deve abranger também o Ensino. Os Engenheiros devem sair das Universidades mais sensibilizados para estas novas necessidades, e acima de tudo, com possibilidades de inserção no mercado mais desenvolvidas.
Ainda há muito para fazer não há?
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