Se na próxima semana circular na A8 entre Tornada e Caldas da Rainha ou na CREL, entre o túnel de Carenque e o Estádio Nacional (na zona de de Lisboa), não se assuste com o piso. É que o asfalto passou a ser de betumes modificados com borracha, obtidos a partir da reciclagem de pneus usados.
Na prática, haverá um menor ruído na circulação, maior segurança na condução - permite reduções nas distâncias de travagem, eleva o nível de drenagem das águas e evita o efeito spray e as fissuras - e um aumento do tempo de vida útil do pavimento, além da reciclagem do mesmo no final da vida útil, que, segundo estudos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, pode atingir 20 anos.
A inovação está a ser aplicada pela Recipav, empresa detida maioritariamente pelo grupo Águas de Portugal, em parceria com os americanos da Reed Group e os canadianos da KTY, que prevê produzir este ano 8,5 mil toneladas de betume, contra cinco mil em 2006 (+70%).
A redução de ruído é uma das mais-valias do betume com borracha, diz Paulo Fonseca, director-geral da Recipav, pioneira na adição de borracha ao betume. Nos estudos efectuados para o efeito, nos Estados Unidos e em Portugal, o betume com borracha contribui para a redução do ruído de contacto pneu/pavimento entre cinco a seis decibéis. Ou seja, "para se obter uma redução do ruído de circulação de três decibéis teria de se reduzir em 50% o tráfego na Av. da Liberdade, em Lisboa".
Na auto-estrada do Oeste (A8) existe um troço junto ao Bombarral que a concessionária Auto-Estradas do Atlântico já optou por repavimentar em vez de instalar barreiras acústicas, resolvendo assim a denúncia de um morador da zona, que se queixava do barulho provocado pela passagem dos veículos. Esta solução, embora mais cara, tem efeitos em termos ambientais e paisagísticos e evita o recurso a barreiras, que descaracterizam a paisagem.
in Diário de Notícias
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