Em Portugal não se costumam discutir assuntos...fazem-se estudos ! Não se fala de quem os fez, nem quais os pressupostos que levaram a determinada decisão.
.
Pensarão os responsáveis que, talvez porque os estudos também são um pouco subjectivos, mais vale não os pôr em causa, ainda se descobre algum pressuposto errado! Certamente haverão muitos especialistas que poderiam facilmente "deitar por água abaixo" milhares de euros em estudos.
.
Para mim, discutir um assunto é também fazer engenharia. Obviamente que os estudos serão muito importantes e servirão de base para o levantamento de discussões ou futuros aprofundamentos. Mas a verdade é que em Portugal é difícil levar alguma ideia a discussão e para mim é uma fase inevitável do crescimento de uma ideia.
Para mim esta é uma das razões para muitas das ineficiências na produtividade e desorganização em Portugal.
Pensarão os responsáveis que, talvez porque os estudos também são um pouco subjectivos, mais vale não os pôr em causa, ainda se descobre algum pressuposto errado! Certamente haverão muitos especialistas que poderiam facilmente "deitar por água abaixo" milhares de euros em estudos.
.
Para mim, discutir um assunto é também fazer engenharia. Obviamente que os estudos serão muito importantes e servirão de base para o levantamento de discussões ou futuros aprofundamentos. Mas a verdade é que em Portugal é difícil levar alguma ideia a discussão e para mim é uma fase inevitável do crescimento de uma ideia.
Para mim esta é uma das razões para muitas das ineficiências na produtividade e desorganização em Portugal.
.
.
A este respeito, julgo interessante referir uma das ferramentas que permite auxiliar a discussão de uma ideia, conhecida por técnica de Delphi.
A técnica de Delphi, desenvolvida pela RAND Corporation na década de 60, foi formulada como uma metodologia de previsão, em que um grupo de especialistas chega a um consenso baseando-se em factores decisórios subjectivos, cientificamente não fundamentados. Esta técnica elimina a existência de um debate directo, substituindo-o por uma sequência de questionários individuais, que se desenvolvem ao longo do tempo, aos quais vão sendo adicionadas informações e feedback, resultantes da análise dos questionários precedentes.
Este tipo de técnica pode aplicar-se a inúmeras situações e permite a aproximação a um consenso final. Tendo em conta que não existe confronto directo entre intervenientes, é eliminado o factor relacionado com a presença e personalidade de cada um, que é muitas vezes um factor determinante na decisão final sobre determinado assunto.
Para além disso, sendo um processo iteractivo, em que se vai adicionando à discussão, feedback dos intervenientes ao longo do tempo, possibilita-se que os especialistas pensem melhor nas suas ideias, as reformulem, e, de certa forma, ponderem as ideias lançadas por outros especialistas.
Neste tipo de questionário, para além de não haver confronto directo, deve, idealmente, existir anonimato relativamente às posições de cada um dos especialistas. Desta forma, não existe qualquer possibilidade de influência dos diversos participantes na discussão.
Resta-me referir que, a utilidade desta ferramenta, depende da escolha dos participantes, que obviamente deverão possuir os créditos necessários para a participação na decisão final.
.
.
António Aguiar da Costa
Sem comentários:
Enviar um comentário