Os últimos anos têm sido marcados por investimentos alargados em tecnologias de informação e de comunicação, situação que tem colocado alguma pressão na busca pelas melhores soluções.
Ao mesmo tempo, verifica-se que, dada a grande evolução do mercado das novas tecnologias, a oferta é bastante diversificada e, muitas vezes, pouco consistente. Na verdade, nem sempre investir em TIC representa uma efectiva melhoria ao nível da integração, produtividade e organização do negócio.
A experiência tem verificado que a implementação das TIC não pode ser uma acção com uma visão fechada sobre uma empresa, com o único objectivo de automatizar tarefas internas.
Tal como actualmente acontece nas mais diversas áreas de conhecimento torna-se premente a necessidade de integrar distintas áreas de conhecimento quando se planeiam estratégias de negócio. Quando se investe em TIC o que está em causa é exactamente isto, um planeamento de uma estratégia de negócio, e não uma simples automatização de processos.
Em 2004, num estudo feito pela Mckinsey, que envolveu cerca de 100 indústrias espalhadas por França, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos, verificou-se exactamente que os investimentos em TIC têm pouco impacto na produtividade caso estes não sejam acompanhados por uma aperfeiçoamento da gestão dos processos.
É neste contexto que surge a Arquitectura Orientada a Serviços (SOA), que visa uma sinergia entre as TIC e a gestão dos negócios. Esta arquitectura de sistemas direcciona a empresa e as suas tecnologias para uma óptica de serviços interoperacional e descentralizada, que permite uma comunicação em rede à imagem da rede de gestão. Para além de uma comunicação interna este tipo de arquitectura visa possibilitar um fácil acesso aos serviços por parte de agentes exteriores, o que de certa forma, possibilita uma interligação global da rede de produção.
Com largas implementações de Enterprise Resource Planning (ERP), as empresas deixaram que os sistemas passassem a ditar os rumos dos negócios, em vez de fazer com que eles se ajustassem aos negócios à medida que fosse necessário. Outro exemplo pode ser observado com implementações de Enterprise Application Integration ou Integração de Aplicações de Negócio (EAI), que levaram as empresas a centralizar processos-chave de negócios, em vez de delegar funções e permitir que gerentes de diversos níveis hierárquicos estivessem aptos a lidar com eles.
A SOA parece vir de encontro à necessidade crescente de pensar as TIC de acordo com os modelos de gestão das empresas, e assim, permitir evoluções significativas de desempenho futuro dos processos produtivos e uma rentabilidade evidente dos investimentos em novas tecnologias.
Antonio Aguiar da Costa
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