terça-feira, fevereiro 27, 2007

Virtualização da realidade
















Nos últimos anos temos assistido a uma verdadeira revolução ao nível da representação virtual e tridimensional da informação. A contribuição para esta nova sensibilidade de representação foi iniciada pelo fenómeno "Google Earth", que mostrou ser possível a globalização de uma ferramenta de virtualização do real. Esta tornou-se uma das ferramentas mais utilizadas em todo o mundo e uma das que, ao mesmo tempo, se prevê que evolua de forma mais intensa. Um dos próximos passos será a representação tridimensional da cobertura terrestre, que começa já a desenvolver-se para algumas cidades através da modelação 3D dos seus edifícios e infra-estruturas.
É certo que a direcção de desenvolvimento futuro terá como base o conceito de virtualização e representação 3D, no entanto a estratégia de desenvolvimentos futuros não está ainda bem delineada. Desenvolvem-se
cidades 3D , definem-se serviços que fornecem informação suportada pelo Google Earth (localização de imóveis, restaurantes, hoteis) e fazem-se representações virtuais de monumentos e de outros interesses turísticos, no entanto, a consistência destes desenvolvimentos e a visão que os integra não está ainda bem definida. (Poderíamos perguntar, para quê uma cidade 3D? Ou para quê a modelação tridimensional do património de um país?)


Em Portugal existem algumas empresas que pretendem desenvolver o conceito de virtualização da realidade:
A empresa 3Dcities, que se apresenta como criadora de cidades digitais, no entanto, apresenta no seu site uma área de acção é bastante abrangente, como que insinuando uma busca activa pelas sinergias do futuro.

A empresa Caixa D'imagens, que se assume como uma empresa de criação de sistemas virtuais, modelação tridimensional, computação gráfica, design e quiosques virtuais. Um dos seus principais projectos foi a colaboração no desenvolvimento do sistema de Realidade Virtual da Serra da Estrela, projecto que contou ainda com a participação da empresa SIQuant (coordenação geral, produção do Sistema de Informação Geográfica e apoio ao desenvolvimento da aplicação de realidade virtual), do INESC-ID/DIGraSys (programação da aplicação de navegação e visualização de realidade virtual) e do IST/DECivil (desenvolvimento da aplicação de consulta da informação geográfica com base no Google Earth).

A empresa SIQuant, uma empresa de sistemas de informação e de informação geográfica que nasceu do meio universitário, integra as competências e a abordagem técnica de dois grupos de investigação e desenvolvimento. Do ICIST (Instituto de Engenharia de Estruturas, Território e Construção do Instituto Superior Técnico) integra o conhecimento em técnicas de aquisição de informação geográfica e de modelação geográfica. E do INESC ID a competência de análise/concepção e desenvolvimento de sistemas de informação complexos.




Efectivamente existem variadas competências em Portugal ao nível da modelação tridimensional, realidade virtual, computação gráfica, simulação, sistemas de informação geográfica e novas tecnologias. Todas estas competências procuram uma sinergia que se transforme em conceitos inovadores. Todas elas procuram um objectivo e um suporte de desenvolvimento.
Parece-me que, por vezes, e por serem conteúdos bastante recentes, não existe uma estratégia de desenvolvimento de ferramentas, não existe uma ligação à sociedade, podendo correr-se o perigo de este tipo de tecnologias se banalizar ou transformar em simples ferramentas de entretenimento.
Assim, julgo que é indispensável a fusão de conhecimentos entre os diversos sectores da sociedade no sentido de transformar estas ferramentas bastante potentes em ferramentas rentáveis e indispensáveis para o dia de amanhã. As equipas de desenvolvimentos destes conceitos devem conter não só os especialistas em modelação, computação gráfica,novas tecnologias e sistemas de informação geográfica, mas também engenheiros civis, de transportes, electrotécnicos, arquitectos, enfim uma série de competências que contribuam para que os especialistas criem ferramentas com valor que, consequentemente, se transformem nas ferramentas do futuro.

António Aguiar da Costa

sábado, fevereiro 24, 2007

Se fosse Ministro do ambiente...

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O semanário Expresso propôs um desafio interessante para esta semana:
"Se fosse Ministro do Ambiente, que três medidas tomava para reduzir as emissões de CO2 em Portugal?"
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Este desafio poderá significar uma forma de interiorização das preocupações ambientais e poderá ainda valer uma entrada para a conferência de Al Gore, no centro de congressos do Estoril.
Serão premiadas as dez melhores respostas (enviar para: ambiente@expresso.pt)

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Obras públicas vão ter preço máximo para evitar derrapagens


Ao abrigo do novo Código da Contratação Pública, os concursos para obras públicas terão de fixar o preço máximo a pagar pelos trabalhos, só podendo ser aceites propostas de valor inferior. Também não serão aceites trabalhos a mais e haverá apenas uma pequena margem para imprevistos. O objectivo é acabar com as derrapagens financeiras nas obras públicas. Em entrevista à «Vida Económica», o presidente do Instituto dos Mercados de Obras Públicas e Particulares e do Imobiliário (IMOPPI), Hipólito Ponce Leão, faz também o balanço das últimas acções inspectivas. (Jornal Vida Económica 23/02/2007)

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Serviços com Urgência!

O governo Português, principalmente através do seu ministro da saúde Correia de Campos, tem levado a cabo uma série de intervenções estratégicas ao nível da distribuição dos serviços de urgência em Portugal.
Verifica-se que este mesmo serviço tem sido eliminado de algumas localidades, com apresentação de argumentos que apoiam a proximidade de outros serviços do mesmo tipo, e que assim, a qualidade do serviço final pode ser melhorada, tendo em conta que existe a mesma verba para um menor número de serviços disponibilizados.

O que é evidente para todos nós, no âmbito de uma sociedade democrática moderna, é o óbvio descontentamento das populações que ficam sem os serviços que sempre se habituaram a ter junto de si. As hesitações do ministro têm sido a prova das dificuldades de implementação uma medida deste género.
A evidência desta situação leva-me a pensar que o que falta em tudo isto é a visão do governo sobre uma sociedade cada vez mais exigente e informada que, como tal, deve ser considerada como um agente interveniente na decisão e por isso um agente com quem se deve negociar.

Ou seja, como em qualquer decisão entre diversas partes interessadas, deveria haver uma sensibilidade negocial, em que, neste caso, a população que perdia o serviço teria uma outra contrapartida que, a curto prazo tornaria todo o processo mais simples.
No seguimento deste pensamento, encaminharia o a ideia para o conceito de serviço de saúde em rede, desenvolvido na América e reconhecido como o Mayo Health System. Este conceito tem obtido resultados bastante positivos, tendo sido premiado com variados prémios de Qualidade e baseia-se na existência de uma rede de centros de saúde, clínicas e hospitais, integrada e inter-relacionada, e com localização dispersa em rede.

Talvez o que falta em Portugal seja deixar de pensar em remendos e arriscar numa distribuição estratégica de vários serviços, com infra-estruturas renovadas, e que se suportem num conceito de rede regional e desenvolvam a necessidade de inter-relação e inter-comunicação total.
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António Aguiar da Costa

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Bastonário da Ordem dos Engenheiros contesta OTA e TGV

O bastonário da Ordem dos Engenheiros considera que os projectos do novo aeroporto, na Ota, e do TGV deviam ser repensados.
Entrevistado no domingo no programa "Diga Lá, Excelência", da Renascença, “Público” e Dois, Fernando Santo questionou as opções tomadas pelo Governo e defendeu que ainda há tempo para travar os dois mega-projectos.
No caso da Ota, o bastonário denuncia os elevados custos, devido à localização escolhida e interroga-se sobre o facto de terem sido apontadas apenas duas opções.“Quando aparece como praticamente única solução, ou a dicotomia Rio Frio e Ota, eu não estou convencido, como não deve estar a maioria dos engenheiros”, porque a fundamentação apresentada “é política”.“Eu julgo que pode haver outras soluções e o Governo tem a responsabilidade de encontrar outras alternativas”, defende, considerando, porém, que o “ministro das Obras Públicas terá esse bom senso”.
Na mesma entrevista, Fernando Santo critica também a estratégia decidida para o projecto do comboio de alta velocidade. Em seu entender, reforçar a posição central de Madrid não é a melhor opção, mas sim “criar uma linha de penetração nas ligações norte-sul”.Dentro de Portugal, o bastonário coloca a seguinte questão: “Gastámos tantos milhões na modernização da Linha do Norte, porque é que vamos fazer um TGV entre Lisboa e Porto, poupando meia hora ou uma hora, quando com um bocadinho mais de esforço poderíamos optimizar os investimentos que fizemos no actual comboio?”.
in RR
Notícia completa e acesso a ficheiros áudio em:

domingo, fevereiro 18, 2007

O papel da Engenharia no sector da Saúde


Segundo a Comissão para a sustentabilidade do Financiamento do Serviço Nacional de Saúde, o sector da Saúde em Portugal tem vindo a ser um dos protagonistas da despesa pública, representando já mais de 10% do Produto Interno Bruto (PIB).

Gráfico representativo de alguns valores das Despesas em saúde em 2003 (em % do GDP)[i]

A par deste valor excessivo da despesa com a saúde, verificam-se desequilíbrios ao nível organizacional, sendo um dos mais evidentes a incapacidade da estrutura do Serviço Nacional de Saúde para atender devidamente os doentes crónicos, que se estimam como sendo já quase um quarto da população total. O peso que os doentes crónicos têm nas urgências hospitalares é uma prova da falta de capacidade dos serviços para gerirem o tratamento destes pacientes, visto que apenas respondem de uma forma não contínua.
Num estudo realizado em 2004 no Hospital S. Francisco Xavier demonstrou-se que 72% dos doentes que recorrem à urgência por ano (1.792 pessoas) são admitidos por agudização de doenças crónicas.
É ainda de referir que em Portugal tem-se verificado um uso abusivo dos serviços de emergência, no sentido em que muitos dos pacientes que recorrem a este serviço deveriam ser tratados nas unidades de cuidados primários
[ii].

A incapacidade de garantir a continuidade de cuidados da organização actual é uma fonte relevante de desperdício. As redes de cuidados continuados e de proximidade assumem-se como uma possível alternativa. A sustentabilidade do SNS depende da capacidade de transferir recursos do sector hospitalar para outros níveis de cuidados.

Ao nível da orgânica interna, os Hospitais têm tentado optimizar os seus processos, numa tentativa de diminuição de custos e optimização de produção. Alguns dos exemplos que se podem referir são os melhoramentos ao nível dos sistemas de informação e novas tecnologias e também a modernização das técnicas de gestão aplicadas à logística hospitalar (Hospital Logistics System), originalmente provenientes da indústria automóvel e agora adaptados ao serviço de saúde.
Ao nível das infra-estruturas o sistema não tem no entanto sofrido alterações significativas, verificando-se melhoramentos essencialmente ao nível do equipamento técnico, sem grandes consequências para a optimização dos serviços.
A construção de infra-estruturas hospitalares inteligentes, modernas e adequadas às novas mentalidades, deve ser uma das estratégias do futuro do sistema de saúde, visando a busca de uma mentalidade voltada para o paciente e sensibilizada para a necessidade de controlo do fluxo dos doentes e da informação.
No que diz respeito à modernização e renovação das infra-estruturas deve referir-se que o surgimento das Parcerias Público-Privado veio possibilitar uma maior dinâmica do mercado, estando previstos 10 novos hospitais, cujo consórcio privado deverá ter responsabilidades ao nível da concepção, projecto, construção e manutenção da infra-estrutura (30 anos) e ao nível dos serviços clínicos(10 anos)
[iii]. Esta nova possibilidade será com certeza uma mais valia para a reforma necessária do sistema de saúde.

[i] World Health Organization, “World Health Statistics 2006”
[ii] Oliveira, Monica; 2002 “A flow demand model to predict hospital utilisation”, LSE Health and Social Care
[iii] Monteiro, Pedro Líbano; Vaz, Artur; “Uma parceria a 30 anos no âmbito do programa de parcerias público-privado na saúde”, 8º Congresso Nacional da Manutenção (Novembro de 2005)

António Aguiar da Costa

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Para quem quer saber mais acerca de FMEA

Já alguma coisa foi aqui sendo dita sobre algumas técnicas de análise de projectos, nomeadamente da técnica Failure Mode Effects Analysis (FMEA).
Neste post anexa-se um documento que pretende desenvolver o conceito FMEA sob um ponto de vista mais prático, na perspectiva da sua aplicação.
Anexo:

sábado, fevereiro 03, 2007

O que foi sendo dito em Janeiro...

A visita do Presidente da República à Índia ajudou a «abrir portas» aos portugueses, como a participação na construção do novo aeroporto de Goa, mas os negócios estão longe de serem «fechados» pelos empresários que acompanharam Cavaco Silva.(2007-01-15 Diário Digital)
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Os custos de construção nova aumentaram em Novembro, no Continente, perante tendência contrária nos custos de manutenção e reparação da habitação, segundo indica o instituto de estatística (INE). (2007-01-15 Diário Digital)
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O sector da engenharia deverá ter crescido, em Portugal, pouco mais de 1%, em 2006, o que terá resultado numa facturação total das empresas portuguesas de engenharia civil na ordem dos 1.280 milhões de euros. (2007-01-17 DiarioEconomico.com)
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Arquitectos com autoria exclusiva de projectos a partir de 2012.
O Governo aprovou uma proposta de revisão do regime sobre a qualificação exigível em obras, prevendo que, após um período de transição de cinco anos, a elaboração de projectos de arquitectura seja apenas da responsabilidade de arquitectos.(2007-01-18 Público)
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A actividade do sector da construção nos países da Zona Euro aumentou 1,2 por cento, em Novembro de 2006, em comparação com o mês anterior, segundo os dados publicados esta quinta-feira no Instituto de Estatística Comunitário (Eurostat).(2007-01-18 Agência Financeira)
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A secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, considerou fundamental a revisão do acordo de empresa do Metropolitano de Lisboa para garantir a sua sustentabilidade social e financeira enquanto serviço público. (2007-01-19 DiarioEconomico.com)
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A empresa portuguesa de engenharia Coba assinou um contrato, avaliado em dois milhões de euros, com as autoridades argelinas para a concepção do 23º projecto de uma barragem no país, a de Beni-Slimane. (2007-01-22 DiarioEconomico.com)
A maré alta fez cair mais um bar na praia norte, numa altura em que o Instituto da Água (INAG) tem em curso mais uma intervenção de emergência. (2007-01-22 RR)
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A falta de técnicos qualificados está a dificultar a aplicação do regulamento que visa classificar o desempenho energético dos edifícios, num modelo semelhante ao que é usado actualmente nos electrodomésticos, denunciou a Quercus. (2007-01-25 DiarioEconomico.com )
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Observatório das Estradas diz que 50 por cento dos acidentes acontecem devido ao traçado das estradas. BT investigou sinistros e apurou que apenas em 6 por cento dos casos a culpa é das vias. (2007/01/26 Portugal Diário)