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O investimento público em transporte deve ser feito em infraestruturas pensadas à imagem de cada um de nós. Deve ter em consideração o ambiente e o conforto de todos. Deve constituir um compromisso social, que responsabilize cada cidadão.
A complexidade da sociedade deve ser encarada com lucidez. Analisar o serviço de transportes actual representa uma aproximação à falta de compreensão da natureza humana. Será alguma vez possível existir um serviço de transporte que possibilite a liberdade e flexibilidade que cada um de nós gostaria de ter?
O assunto do dia é exactamente o ambiente e as crescentes exigências de conforto. Diminuir a poluição atmosférica e sonora é um dos objectivos da sensibilização para o uso de transportes. Resta saber se, no limite, o impacto dos transportes urbanos actuais é tão diminuto quanto o desejado.
Imaginemos que amanhã todos utilizariamos o serviço de transportes que existe actualmente. Óbviamente ter-se-ia que aumentar a capacidade dos equipamentos existentes e a sua frequência. Mas será que neste panorama a poluição e o impacto sobre o meio seria tão reduzido quanto o desejado?
No meu esforço por imaginar a mobilidade urbana surge-me o pensamento de que a sociedade deve ser encarada através da sua complexidade e deve pensar-se com a ousadia de permitir emergir a inovação.
A necessidade de liberdade e flexibilidade deve ser uma prioridade. Por outro lado, a estratégia deve cair sobre a concepção de um sistema que permita a curto prazo a diminuição evidente dos impactos. É neste contexto que surge o segway (ver imagem acima). Pensemos: será mais fácil desenvolver veículos ecológicos eficientes de pequenas dimensões ou de grandes dimensões? A resposta parece simples. Os de pequenas dimensões parecem ter maiores potencialidades de eficiência. E quanto à flexibilidade e liberdade? O segway parece-me também um transporte adequado.
Claro que os percursos mais longos não são possíveis de fazer com o segway. É aqui que entram os transportes de maiores dimensões, que devem permitir o transporte dos próprios segways e devem ter percursos axiais, sem grandes ramificações, ligando pontos com raios de abrangência de cerca de 3 km.
As infraestruturas deveriam então ser alteradas para que fosse possível a facil circulação destes veículos individuais. Estimular o seu uso começa exactamente pela criação de infraestruturas de mobilidade. Era aqui que queria chegar. O sistema publico de transportes deve focalizar o seu investimento na criação de plataformas de mobilidade que ousem alterar os preconceitos actuais de transporte e estimulem novas formas de deslocação.
Poderíamos pensar, porque será que ninguém se desloca em bicicleta nas principais cidades do País? Será que a culpa é da tão citada morfologia do terreno? Se assim é então o segway terá naturalmente sucesso.
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Poderíamos pensar, porque será que ninguém se desloca em bicicleta nas principais cidades do País? Será que a culpa é da tão citada morfologia do terreno? Se assim é então o segway terá naturalmente sucesso.
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António Aguiar da Costa
2 comentários:
Porque será que ninguém se desloca em bicicleta nas principais cidades do País?
Na minha opinião: as nossas cidades há muito que foram tomadas pelo automóvel! A bicicleta passou de transporte a forma de lazer de fim de semana.
A perguntar ficou no ar e o que gostaria de transmitir era a ideia de que, na minha aopinião, a verdadeira culpa não recai na tão proclamada morfologia do terreno, mas evidentemente na mentalidade de cada um de nós e principalmente de quem tem poder para a estimular.
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